São Paulo, terça-feira, 05 de agosto de 2008

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Fiesp cobra o início imediato de negociações "pós-Doha"

DO ENVIADO ESPECIAL A BUENOS AIRES

O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, cobrou ontem do presidente Lula que Brasil e Argentina comecem já o que chamou de "pós-Doha", ou seja, o início de negociações bilaterais para suprir a falta de um acordo global ante o colapso da Rodada Doha, que envolve os 153 países da Organização Mundial do Comércio.
Lula até comprou parcialmente a tese, tanto que, em seu discurso, disse que "a frustração com Doha exige que multipliquemos nossos esforços em outros tabuleiros para eliminar distorções no comércio".
Mas o presidente ainda insiste em dizer que não jogou a toalha e vai "continuar tentando ver se concluímos Doha". Skaf discorda. "Eu não perderia tempo com Doha", diz.
Quando Skaf cobra também da Argentina disposição para negociações bilaterais, alude a uma percepção disseminada entre o empresariado brasileiro de que o vizinho é dogmático demais e pouco inclinado a reduzir proteção à sua indústria ao mesmo patamar já aceito pelo Brasil. Não adianta a presidente Cristina ter voltado a negar qualquer dogmatismo e defendido o mais puro pragmatismo: "Nas negociações multilaterais, longe de questões dogmáticas, trata-se de saber o que nos oferece o outro lado".
Para Humberto Barbato, presidente da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), o Mercosul cria, para o Brasil, "uma camisa de força", já que o bloco impõe tarifa externa comum a ser cobrada dos parceiros extra-bloco. Barbato cobra uma flexibilização nas regras do bloco, tese que tem o apoio de Félix Peña, especialista argentino em comércio internacional. Ele defende "introduzir mecanismos que permitam flexibilidades compatíveis com as regras coletivas pactadas". (CR)


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