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Estrangeiro volta e coloca R$ 2,2 bi na Bolsa em julho
Saldo havia ficado negativo em
junho; dólar recua para R$ 1,82
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Os investidores estrangeiros
retornaram à Bolsa brasileira
em julho. O saldo das compras e
vendas das operações realizadas pela categoria no mês ficou
positivo em cerca de R$ 2,2 bilhões. Em junho, o balanço havia ficado negativo em R$ 1,09
bilhão.
A entrada de recursos externos em julho elevou o saldo
acumulado em 2009 para R$
12,3 bilhões. Se o valor se mantiver até o final do ano, será recorde histórico.
Devido à sua crescente e relevante participação no mercado
acionário brasileiro, as decisões de investimento dos estrangeiros são fundamentais
para o desempenho da Bovespa. Em julho, a participação do
capital externo na Bolsa superou os 38% do total -maior
percentual já registrado.
No ano passado, com o agravamento da crise econômica
internacional, os estrangeiros
fugiram do mercado acionário
local. O resultado foi um saldo
negativo de R$ 24,6 bilhões nos
negócios externos na Bolsa, o
pior número já computado. O
índice Ibovespa (que reúne as
64 ações de empresas nacionais
mais negociadas) encerrou
2008 com queda acumulada de
41,22% -maior depreciação registrada desde 1972.
O retorno do capital externo
ajudou o Ibovespa a passar a
contabilizar valorização de
49,23% em 2009.
Com esse expressivo ganho
acumulado pela Bolsa no ano,
analistas dizem que não será
surpresa se um processo de
realização de lucros (venda de
ações para embolsar ganhos
acumulados) mais forte ocorrer em breve.
Ontem, a alta da Bolsa foi tímida, de 0,07%. Todavia, se o
resultado da Bolsa de Valores
de São Paulo não foi muito significativo, ao menos representou a superação de mais um patamar, que não era atingido
desde agosto passado. O Ibovespa encerrou as operações do
dia aos 56.038 pontos.
No mercado de câmbio, houve continuidade no movimento
de depreciação do dólar. O recuo de 0,65% diante do real levou a moeda americana a
R$ 1,823, mais baixo nível desde setembro de 2008. Durante
as operações, o dólar oscilou
entre R$ 1,818 (mínima do dia)
e R$ 1,843 (cotação máxima).
No ano, a moeda acumula queda de 21,89%.
A agenda econômica dos
EUA trouxe números da venda
pendente de casas, que mostraram avanço de 3,6% em junho,
resultado acima do esperado.
Os dados tiveram resposta favorável dos mercados acionários no país: o índice Dow Jones, que reúne 30 dos papéis
mais negociados, terminou
com alta de 0,36% e foi a seu
maior patamar em nove meses.
A Nasdaq ganhou 0,13%.
Ações em queda
O fraco desempenho das
commodities no mercado internacional foi decisivo para o
resultado tímido da Bovespa.
Com o petróleo cotado a
US$ 71,42, em baixa de 0,22%,
as ações da Petrobras não encontraram estímulo para se
apreciarem. Os papéis da maior
companhia da Bovespa terminaram com baixas de 1,32%
(PN) e 1,66% (ON).
Para as ações do setor de siderurgia e mineração, o resultado foi o mesmo: queda de
1,43% para CSN ON; baixa de
0,99% para Usiminas PNA; e
perda de 0,15% para Vale ON.
Com o investidor estrangeiro
retraído ontem, papéis de outras grandes empresas nacionais recuaram na Bolsa, como
BM&FBovespa ON (-1,55%) e
Bradesco PN (-1,02%).
Já as maiores altas registradas no dia ficaram com ALL
UNT, que subiu 6,71%, Klabin
PN, com ganhos de 6,10%, e
Cyrela Realt ON (4,76%).
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