São Paulo, quarta-feira, 05 de agosto de 2009

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Estrangeiro volta e coloca R$ 2,2 bi na Bolsa em julho

Saldo havia ficado negativo em junho; dólar recua para R$ 1,82

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os investidores estrangeiros retornaram à Bolsa brasileira em julho. O saldo das compras e vendas das operações realizadas pela categoria no mês ficou positivo em cerca de R$ 2,2 bilhões. Em junho, o balanço havia ficado negativo em R$ 1,09 bilhão.
A entrada de recursos externos em julho elevou o saldo acumulado em 2009 para R$ 12,3 bilhões. Se o valor se mantiver até o final do ano, será recorde histórico.
Devido à sua crescente e relevante participação no mercado acionário brasileiro, as decisões de investimento dos estrangeiros são fundamentais para o desempenho da Bovespa. Em julho, a participação do capital externo na Bolsa superou os 38% do total -maior percentual já registrado.
No ano passado, com o agravamento da crise econômica internacional, os estrangeiros fugiram do mercado acionário local. O resultado foi um saldo negativo de R$ 24,6 bilhões nos negócios externos na Bolsa, o pior número já computado. O índice Ibovespa (que reúne as 64 ações de empresas nacionais mais negociadas) encerrou 2008 com queda acumulada de 41,22% -maior depreciação registrada desde 1972.
O retorno do capital externo ajudou o Ibovespa a passar a contabilizar valorização de 49,23% em 2009.
Com esse expressivo ganho acumulado pela Bolsa no ano, analistas dizem que não será surpresa se um processo de realização de lucros (venda de ações para embolsar ganhos acumulados) mais forte ocorrer em breve.
Ontem, a alta da Bolsa foi tímida, de 0,07%. Todavia, se o resultado da Bolsa de Valores de São Paulo não foi muito significativo, ao menos representou a superação de mais um patamar, que não era atingido desde agosto passado. O Ibovespa encerrou as operações do dia aos 56.038 pontos.
No mercado de câmbio, houve continuidade no movimento de depreciação do dólar. O recuo de 0,65% diante do real levou a moeda americana a R$ 1,823, mais baixo nível desde setembro de 2008. Durante as operações, o dólar oscilou entre R$ 1,818 (mínima do dia) e R$ 1,843 (cotação máxima). No ano, a moeda acumula queda de 21,89%.
A agenda econômica dos EUA trouxe números da venda pendente de casas, que mostraram avanço de 3,6% em junho, resultado acima do esperado. Os dados tiveram resposta favorável dos mercados acionários no país: o índice Dow Jones, que reúne 30 dos papéis mais negociados, terminou com alta de 0,36% e foi a seu maior patamar em nove meses. A Nasdaq ganhou 0,13%.

Ações em queda
O fraco desempenho das commodities no mercado internacional foi decisivo para o resultado tímido da Bovespa. Com o petróleo cotado a US$ 71,42, em baixa de 0,22%, as ações da Petrobras não encontraram estímulo para se apreciarem. Os papéis da maior companhia da Bovespa terminaram com baixas de 1,32% (PN) e 1,66% (ON).
Para as ações do setor de siderurgia e mineração, o resultado foi o mesmo: queda de 1,43% para CSN ON; baixa de 0,99% para Usiminas PNA; e perda de 0,15% para Vale ON.
Com o investidor estrangeiro retraído ontem, papéis de outras grandes empresas nacionais recuaram na Bolsa, como BM&FBovespa ON (-1,55%) e Bradesco PN (-1,02%).
Já as maiores altas registradas no dia ficaram com ALL UNT, que subiu 6,71%, Klabin PN, com ganhos de 6,10%, e Cyrela Realt ON (4,76%).


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