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BALANÇA
Para o ministro, saldo negativo pode ficar entre US$ 7 bi e US$ 9 bi
Dornelles diz que déficit
'não é uma preocupação'
da Sucursal do Rio
O ministro da Indústria, Comércio e Turismo, Francisco Dornelles, falou ontem em um déficit
(exportações menos importações)
entre US$ 7 bilhões e US$ 9 bilhões
na balança comercial deste ano. O
mercado está estimando um número inferior a US$ 10 bilhões.
Ao comentar a situação das contas externas do país em 97, em entrevista na sede da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do
Rio de Janeiro), Dornelles disse:
"O país terá neste ano um déficit
de sete, oito, nove (bilhões de dólares), seja o que for, não é uma
preocupação".
A previsão para o déficit da balança comercial vem sendo revista
para baixo nos últimos meses pelos principais analistas do mercado e pelo próprio governo. No início do ano, a previsão, inicialmente de US$ 12 bilhões, chegou a pular para US$ 14 bilhões.
Esta semana, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) reduziu
sua previsão anterior de US$ 11 bilhões para um número inferior a
US$ 10 bilhões.
Previsão
De acordo com Flávio Castelo
Branco, chefe-adjunto do Departamento Econômico da CNI, não
dá para arriscar que o déficit será
menor que US$ 9 bilhões. Até
agosto, o déficit acumulado foi de
cerca de US$ 5,8 bilhões.
Para o ministro Dornelles, o
crescimento da produção do país
vai aumentar as exportações, reduzindo o déficit. Ele citou exemplos. A média das exportações diárias em agosto deste ano foi de US$
242 milhões, contra US$ 199 milhões em agosto do ano passado.
Outro exemplo citado por Dornelles foi o das exportações de automóveis, que cresceram 61% em
agosto em relação a julho.
Segundo o ministro, independentemente de quanto seja o déficit comercial, "a situação externa
é tranquila". Dornelles disse que
somente a entrada de capitais na
forma de investimentos diretos no
país será de US$ 17 bilhões no ano,
garantindo o financiamento do
déficit comercial.
Para 1998, o ministro prevê que
haverá um crescimento da entrada
de capitais para investimentos. Segundo ele, a quebra do monopólio
da Petrobrás, já regulamentada
pelo Congresso Nacional, vai impulsionar a entrada de dinheiro
para investimentos no setor.
Inflação
Francisco Dornelles disse também, durante discurso, que a inflação de 98 ficará abaixo de 3%,
podendo chegar a 1%. Depois, ele
explicou que não se tratava de uma
previsão, mas de uma meta perseguida pelo governo e que pode
também ser atingida apenas em 99.
Ele afirmou que a abertura comercial ocorrida desde o início do
Plano Real foi abrupta, mas necessária para derrubar a inflação.
"O nosso déficit da balança comercial foi o preço que pagamos
pela estabilidade monetária", disse. Segundo o ministro, as tarifas
médias de importações foram reduzidas de 43% para 12%.
Siscomex
Em julho, a balança comercial
registrou déficit de US$ 811 milhões. Em agosto, com a recuperação das exportações e a queda das
importações, o déficit ficou em
US$ 315 milhões.
Desde que o Siscomex para as
importações começou a funcionar, em janeiro deste ano, as declarações de importações são lançadas quando os produtos efetivamente entram no país.
É também nesse momento que é
pago o Imposto de Importação.
Em janeiro, também houve um
erro no registro de importações.
Na ocasião, o governo deixou de
registrar importações da Petrobrás que acabaram sendo computadas no mês seguinte.
Exatamente por isso, os técnicos
do governo não entendiam ontem
a quem poderia ter interessado o
erro e como o problema não foi
detectado antes.
O erro, entretanto, não foi do
Siscomex: aconteceu em função de
uma falha operacional.
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