DA SUCURSAL DO RIO

Pilotos e comissários da Varig, Nordeste e Rio Sul entrarão em greve a partir do dia 19. O objetivo do movimento é conseguir mais espaço nas negociações para capitalizar a Varig, que atravessa a pior crise financeira de sua história, e fazer a empresa reconhecer débitos trabalhistas contestados na Justiça.
Na noite de ontem, assembléia de funcionários em São Paulo decidiu pela greve. A proposta já havia sido aprovada por ampla maioria no Rio e em Porto Alegre.
O diretor de Operações da Varig, Luís Martins, disse que a greve é "descabida e ilegal" e que poderá haver demissões. Segundo ele, a greve prejudicará as negociações do acordo coletivo.
Liderada pela Apvar (Associação dos Pilotos da Varig), a greve está marcada para acabar no dia 26. Mas pode não acontecer, diz a Apvar, se um acordo for fechado antes de seu início.
Além de querer participar do processo de reestruturação da Varig, os funcionários também pleiteiam a reintegração de demitidos, segundo a Apvar, de forma irregular. A entidade diz que a empresa feriu o acordo coletivo ao fazer dispensas no mês passado. A Varig contesta. O caso está sendo tratado na Justiça.

Dívida
A Apvar quer participar das discussões com o comitê de credores da Varig, que estuda uma saída para reduzir o endividamento da empresa, de cerca de US$ 900 milhões. A associação já apresentou um plano alternativo de reestruturação, pelo qual dívidas com funcionários seriam trocadas por participação na companhia.
Segundo carta enviada ontem pela diretoria da Varig à Apvar, o que infringe as leis é convocar uma assembléia durante a vigência do acordo coletivo.
A carta, assinada pelo diretor de Administração e Recursos Humanos da Varig, Odilon Junqueira, diz que a atitude da associação poderá "comprometer o bom andamento das negociações", em curso desde o dia 30 de setembro.


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