|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
GE fecha fábrica de lâmpadas e cortará 900 no Rio
Eurico Dantas - 29.jun.07/Agência O Globo
|
|
Fábrica da GE no Rio, que será desativada em 2008 como parte de plano mundial de reestruturação
DA SUCURSAL DO RIO
A multinacional norte-americana GE (General Electric)
anunciou ontem o fechamento
de sua fábrica de lâmpadas no
país, que emprega 900 pessoas
e fica localizada no bairro de
Maria da Graça, na zona norte
do Rio de Janeiro. A fábrica será desativada a partir de 2008,
com os funcionários já tendo sido comunicados da dispensa.
A empresa alega que a cada
ano a unidade perde rentabilidade e que a desativação faz
parte de um plano mundial de
reestruturação da área de iluminação da companhia.
"A produção de lâmpadas, especialmente as incandescentes, principal produto da fábrica do Rio, é um negócio que
apresenta queda de rentabilidade em várias partes do mundo", diz a GE em comunicado.
Pegos de surpresa com a notícia, os trabalhadores prometem resistir e buscam apoio do
governo estadual para manter a
fábrica em funcionamento.
"Uma multinacional tão forte
como a GE não pode simplesmente fechar e acabou, sem nenhuma contrapartida", diz Indalécio Wanderley Silva, secretário-geral do Sindicato dos
Metalúrgicos da Cidade do Rio
de Janeiro. Para os funcionários, afirma, a empresa disse
que não tinha como manter a
unidade por causa da concorrência com as lâmpadas chinesas, que invadiram o mercado
brasileiro com a queda do dólar
e são mais baratas do que as similares nacionais.
Já a GE diz que o fim das atividades faz parte de um processo de "reestruturação mundial
do setor de iluminação" da empresa. "A reestruturação da GE
Iluminação faz parte de uma
estratégia mundial para atender a demanda cada vez mais
crescente do mercado por produtos mais duráveis e eficientes." Serão ou já foram fechadas
fábricas ou demitidos funcionários nos EUA, Europa e México. A reestruturação teve início no ano passado, com o fechamento de uma unidade de
lâmpadas no Chile.
"É um momento difícil, mas
necessário para a empresa. A
realidade do negócio é que os
custos para manter uma fábrica
são crescentes, enquanto sua
rentabilidade tem queda contínua, quando seus produtos já
não respondem às demandas
do mercado. Queremos continuar a atender o consumidor
da melhor forma possível e vamos fazer isso", afirma o diretor de Relações Institucionais
da GE, Newton Galvão.
Com o fim da produção local,
a GE vai importar lâmpadas para atender ao mercado brasileiro. Desde o racionamento de
2001, o consumo caiu, e a produção da fábrica do Rio foi reduzida em 50%. Instalada há 70
anos no local, a unidade foi pioneira na produção de lâmpadas
no país. Viu crescer, em seu entorno, a favela do Jacarezinho,
uma das maiores e mais violentas do Rio que tomou espaço
antes dedicado às empresas
que integravam aquele pólo industrial da zona norte do Rio de
Janeiro. A unidade já empregou mais de 8.000 pessoas nos
anos 70.
(PS)
Texto Anterior: Para o setor, otimismo vem com cautela Próximo Texto: Montadoras elevam projeções anuais de vendas e produção Índice
|