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COMÉRCIO EXTERIOR
Balança comercial já acumula superávit de US$ 10 bi; vendas externas batem em 1,2% as de 2001
Exportações superam as do ano passado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com o resultado da balança comercial do mês de outubro, as exportações brasileiras em 2002 superaram, pela primeira vez, as do
ano passado. O desempenho das
vendas externas colaborou para
que o país registrasse o primeiro
saldo comercial acima de US$ 10
bilhões desde que Fernando Henrique Cardoso assumiu o governo
em 1995.
Há quatro meses as exportações
brasileiras interromperam a trajetória de queda. Mas foi apenas no
mês passado que o total exportado no ano superou o do mesmo
período de 2001.
O crescimento é pequeno, de
1,2%. De janeiro a outubro de
2002, o país exportou US$ 49,992
bilhões. No mesmo período de
2001, US$ 49,377 bilhões.
No ano, a principal explicação
para o melhor saldo comercial da
era FHC, de US$ 10,06 bilhões,
ainda é a queda das importações.
De janeiro a outubro, o país comprou do exterior US$ 39,932 bilhões, 16,6% a menos que em
igual período do ano passado.
Superávit mensal
Em outubro, no entanto, o aumento das exportações é mais significativo que a queda das importações para explicar o segundo
maior superávit mensal da história, de US$ 2,204 bilhões.
No mês passado, as exportações
também registraram o segundo
maior volume da história, US$
6,474 bilhões. Ficou atrás apenas
do resultado de setembro, que foi
de US$ 6,492 bilhões.
A última vez que o país conseguiu um superávit superior a US$
10 bilhões foi em 1994, ano em que
o Plano Real começou. De janeiro
a outubro de 1994, o país registrou
um superávit de US$ 11,684 bilhões.
Desde que o presidente Fernando Henrique Cardoso assumiu o
governo, em 1995, apenas no ano
passado o país exportou mais que
importou (US$ 857 milhões).
Neste ano, a previsão do ministro
Sergio Amaral (Desenvolvimento) é que o saldo da balança seja
de US$ 11 bilhões.
Aviões devolvidos
Se for descontada a devolução
de seis aviões, registradas no primeiro semestre como exportação,
o saldo deste ano cairia para menos de US$ 10 bilhões, seria de
US$ 9,703 bilhões.
A situação, no entanto, não pode ser comparada com a de 2000,
quando mais de 90% do saldo comercial acumulado até outubro,
de US$ 483 milhões, era fruto da
devolução de aviões.
Dúvida
A dúvida agora é o que vai acontecer com a balança comercial caso o país volte a crescer e o real se
valorize.
A secretária de Comércio Exterior, Lytha Spíndola, afirma que
há espaço para a valorização do
real sem prejuízo das exportações.
Ela também aposta que um
maior crescimento econômico
não deverá reverter a queda das
importações. Segundo ela, houve
um real substituição de importação.
Para Spíndola, as empresas brasileiras estão mais integradas com
o mercado externo e, mesmo que
o mercado interno cresça, continuarão exportando. Neste ano, as
empresas brasileiras estão aumentando as exportações sem aumentar a produção. Estão vendendo produtos que não conseguem colocar no mercado interno
por causa da diminuição do crescimento econômico.
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