São Paulo, terça-feira, 05 de novembro de 2002

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COMÉRCIO EXTERIOR

Balança comercial já acumula superávit de US$ 10 bi; vendas externas batem em 1,2% as de 2001

Exportações superam as do ano passado

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Com o resultado da balança comercial do mês de outubro, as exportações brasileiras em 2002 superaram, pela primeira vez, as do ano passado. O desempenho das vendas externas colaborou para que o país registrasse o primeiro saldo comercial acima de US$ 10 bilhões desde que Fernando Henrique Cardoso assumiu o governo em 1995.
Há quatro meses as exportações brasileiras interromperam a trajetória de queda. Mas foi apenas no mês passado que o total exportado no ano superou o do mesmo período de 2001.
O crescimento é pequeno, de 1,2%. De janeiro a outubro de 2002, o país exportou US$ 49,992 bilhões. No mesmo período de 2001, US$ 49,377 bilhões.
No ano, a principal explicação para o melhor saldo comercial da era FHC, de US$ 10,06 bilhões, ainda é a queda das importações. De janeiro a outubro, o país comprou do exterior US$ 39,932 bilhões, 16,6% a menos que em igual período do ano passado.

Superávit mensal
Em outubro, no entanto, o aumento das exportações é mais significativo que a queda das importações para explicar o segundo maior superávit mensal da história, de US$ 2,204 bilhões.
No mês passado, as exportações também registraram o segundo maior volume da história, US$ 6,474 bilhões. Ficou atrás apenas do resultado de setembro, que foi de US$ 6,492 bilhões.
A última vez que o país conseguiu um superávit superior a US$ 10 bilhões foi em 1994, ano em que o Plano Real começou. De janeiro a outubro de 1994, o país registrou um superávit de US$ 11,684 bilhões.
Desde que o presidente Fernando Henrique Cardoso assumiu o governo, em 1995, apenas no ano passado o país exportou mais que importou (US$ 857 milhões). Neste ano, a previsão do ministro Sergio Amaral (Desenvolvimento) é que o saldo da balança seja de US$ 11 bilhões.

Aviões devolvidos
Se for descontada a devolução de seis aviões, registradas no primeiro semestre como exportação, o saldo deste ano cairia para menos de US$ 10 bilhões, seria de US$ 9,703 bilhões.
A situação, no entanto, não pode ser comparada com a de 2000, quando mais de 90% do saldo comercial acumulado até outubro, de US$ 483 milhões, era fruto da devolução de aviões.

Dúvida
A dúvida agora é o que vai acontecer com a balança comercial caso o país volte a crescer e o real se valorize.
A secretária de Comércio Exterior, Lytha Spíndola, afirma que há espaço para a valorização do real sem prejuízo das exportações.
Ela também aposta que um maior crescimento econômico não deverá reverter a queda das importações. Segundo ela, houve um real substituição de importação.
Para Spíndola, as empresas brasileiras estão mais integradas com o mercado externo e, mesmo que o mercado interno cresça, continuarão exportando. Neste ano, as empresas brasileiras estão aumentando as exportações sem aumentar a produção. Estão vendendo produtos que não conseguem colocar no mercado interno por causa da diminuição do crescimento econômico.


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