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ANO DO DRAGÃO
Levantamento do sindicato dos donos de postos aponta alta no Estado de SP acima da expectativa da Petrobras
Gasolina sobe em média 12,9% na bomba
JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
O aumento médio dos preços
dos combustíveis para o consumidor em São Paulo superou as
estimativas feitas pela Petrobras.
A Folha consultou postos de gasolina nas cinco regiões da cidade
de São Paulo (incluído o centro).
O preço da gasolina aumentou
12,9%, em média. Em alguns postos, o litro do combustível custava
R$ 2,09. Em um, na zona sul, foi
registrada a maior alta individual:
o preço do álcool passou de R$
0,849 para R$ 1,199 (mais 41%).
Segundo os proprietários, houve
só o repasse dos preços cobrados
pelos distribuidores.
Mas, de acordo com pesquisa
do Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de
Petróleo de São Paulo) em 140
postos do Estado, o aumento médio para o consumidor foi de
10,8%. Em tese, os postos teriam
absorvido parte do impacto.
A estatal anunciou, na sexta-feira, alta de 12,09% nos preços da
gasolina nas refinarias -ou seja,
aquela que é retirada pelos distribuidores. Para o diesel, o percentual foi de 20,50%, ambos em vigor desde aquela data. O gás de
cozinha sofreu reajuste de 22,8%,
mas vale a partir de hoje.
Na avaliação da Petrobras, o repasse ao consumidor seria menor: aumento médio de 9% para a
gasolina e de 17% para o diesel.
Com uma ressalva: o cálculo, segundo a empresa, partira do pressuposto de que distribuidores e
revendedores não aumentariam
suas margens de lucro e que seria
mantida a tributação do ICMS.
O diesel, segundo o Sincopetro,
teve o preço cobrado dos distribuidores aos postos reajustado na
média em 20,31% -três pontos
percentuais acima do previsto pela Petrobras. O aumento médio
para o consumidor foi de 20%.
O álcool, cujo preço é determinado pela usinas, também subiu
de preços no final de semana. Em
média, a alta aos consumidores
chegou a 24,57%.
"Como é que vamos aumentar
só 9% como previa a Petrobras,
se, para a gente, a gasolina chega
11% mais cara? Nós é que ficamos
com a batata quente na mão, e os
consumidores acusam-nos de ladrões", disse José Alberto Gouveia, presidente do Sincopetro.
Para o Sindicom (sindicato das
distribuidoras), o reajuste maior
que o estimado pela Petrobras deve-se à combinação de dois efeitos: repasse (por parte das distribuidoras) do aumento do álcool
anidro (usado na mistura com a
gasolina) e o próprio aumento de
preços da estatal nas refinarias.
"As distribuidoras reajustam o
preço do álcool anidro uma vez
por mês, sempre no início do mês.
Desta vez, coincidiu de haver esse
repasse com o aumento da Petrobras", disse Alísio Vaz.
A estatal informou que "continuará monitorando os preços e
efetuando alterações, para cima
ou para baixo, visando manter
preços competitivos".
Outras cidades
O preço do litro da gasolina em
algumas cidades brasileiras ultrapassou a casa de R$ 2. Em Porto
Seguro (BA), por exemplo, o litro
do combustível era comercializado ontem por até R$ 2,34, um dos
preços mais altos do país.
Em menos de 72 horas, os 114
postos de Salvador (BA) reajustaram o preço do produto duas vezes. Na sexta-feira, o consumidor
pagava, em média, R$ 1,88 pelo litro -R$ 0,05 a mais do que no
início da semana. Ontem, o preço
da gasolina na capital baiana variava entre R$ 1,93 e R$ 2,15.
No Pará, o preço médio do litro
é de R$ 1,94, mas chegou a R$
2,26, segundo pesquisa do Dieese
em 80 postos de Belém. Os reajustes variaram entre 2,15% e
22,22%. O preço médio do álcool
em Belém é de R$ 1,36, mas o
combustível chegou a ser vendido
a R$ 1,59 em alguns postos.
No interior do Paraná, o litro da
gasolina também passa de R$ 2
em alguns casos. Em Curitiba, o
preço varia entre R$ 1,79 e R$ 1,99.
Com a Agência Folha
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