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Petrobras não pertence ao governo, afirma Gros
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente da Petrobras,
Francisco Gros, afirmou ontem,
durante apresentação no seminário "Reavaliação do Risco Brasil",
no Rio de Janeiro, que a estatal "é
uma empresa controlada pelo governo", mas "não é uma empresa
do governo". Para ele, essa diferença impõe "limites à política
que a empresa pode ser demandada a seguir".
Gros disse também que o programa de investimentos da Petrobras, que prevê investimentos de
cerca de US$ 7,3 bilhões anuais
nos próximos cinco anos, "depende substancialmente" da capacidade de geração de caixa da
empresa. "Isso tem tudo a ver
com essa discussão sobre preços
que está aí", afirmou o presidente
da Petrobras.
Respeito
As declarações foram claras demonstrações de insatisfação com
políticas de controle dos preços
dos combustíveis. "Dois terços da
empresa pertencem a terceiros,
acionistas que precisam ser respeitados", afirmou.
O presidente da estatal não quis
conceder entrevista para detalhar
suas declarações e dizer se elas estavam relacionadas apenas com
políticas futuras. A Petrobras acaba de reajustar em 12,09% o preço
da gasolina, depois de ficar quatro
meses com o preço do produto
congelado, justamente durante a
campanha eleitoral. O reajuste
anterior havia sido no dia 30 de
junho. A companhia também
anunciou aumentos do gás de cozinha, de 22,80%, e do diesel, de
20,50%.
Recursos próprios
Gros afirmou que aproximadamente 70% dos investimentos da
Petrobras devem ser cobertos
com recursos próprios. Ele mostrou um exercício segundo o qual
um empréstimo no mercado internacional para a Petrobras ou
para uma empresa estrangeira do
seu porte sai para a estatal brasileira pelo dobro do custo e a metade do prazo.
Isso, de acordo com ele, decorre
do preço pago pelo "risco Brasil",
apesar de a estatal ter avaliação
melhor que o chamado risco soberano brasileiro.
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