São Paulo, terça-feira, 05 de novembro de 2002

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Petrobras não pertence ao governo, afirma Gros

DA SUCURSAL DO RIO

O presidente da Petrobras, Francisco Gros, afirmou ontem, durante apresentação no seminário "Reavaliação do Risco Brasil", no Rio de Janeiro, que a estatal "é uma empresa controlada pelo governo", mas "não é uma empresa do governo". Para ele, essa diferença impõe "limites à política que a empresa pode ser demandada a seguir".
Gros disse também que o programa de investimentos da Petrobras, que prevê investimentos de cerca de US$ 7,3 bilhões anuais nos próximos cinco anos, "depende substancialmente" da capacidade de geração de caixa da empresa. "Isso tem tudo a ver com essa discussão sobre preços que está aí", afirmou o presidente da Petrobras.

Respeito
As declarações foram claras demonstrações de insatisfação com políticas de controle dos preços dos combustíveis. "Dois terços da empresa pertencem a terceiros, acionistas que precisam ser respeitados", afirmou.
O presidente da estatal não quis conceder entrevista para detalhar suas declarações e dizer se elas estavam relacionadas apenas com políticas futuras. A Petrobras acaba de reajustar em 12,09% o preço da gasolina, depois de ficar quatro meses com o preço do produto congelado, justamente durante a campanha eleitoral. O reajuste anterior havia sido no dia 30 de junho. A companhia também anunciou aumentos do gás de cozinha, de 22,80%, e do diesel, de 20,50%.

Recursos próprios
Gros afirmou que aproximadamente 70% dos investimentos da Petrobras devem ser cobertos com recursos próprios. Ele mostrou um exercício segundo o qual um empréstimo no mercado internacional para a Petrobras ou para uma empresa estrangeira do seu porte sai para a estatal brasileira pelo dobro do custo e a metade do prazo.
Isso, de acordo com ele, decorre do preço pago pelo "risco Brasil", apesar de a estatal ter avaliação melhor que o chamado risco soberano brasileiro.


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