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Concursos e nomeações podem ser adiados para conter gastos, afirma Planejamento
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Novos concursos e nomeações já previstos no Orçamento
de 2009 podem ter os cronogramas alterados como parte
da estratégia do governo para
conter gastos públicos diante
da perda de receita com a crise
econômica, diz o ministro Paulo Bernardo (Planejamento).
Ontem, o governo já decidiu
adiar a votação de dois projetos
que criam mais de 9.000 cargos
na Câmara dos Deputados.
Criar "um clima ideal" para votar a MP 443 -editada para
permitir que Banco do Brasil e
Caixa Econômica Federal adquiram instituições financeiras- foi a justificativa oficial
para não apreciar as propostas.
Entre dezembro de 2002, último ano do governo de Fernando Henrique Cardoso, e dezembro de 2007, o número de
servidores públicos federais
cresceu 13%, chegando a 1,944
milhão, segundo o Ministério
do Planejamento. No mesmo
período, a despesa com pessoal
da União subiu de R$ 71,1 bilhões para R$ 118,4 bilhões, alta
de 66,5%. Algumas categorias
de servidores tiveram reajuste
acima de 100% no período.
Nas últimas semanas, Bernardo tem cogitado também
adiar o reajuste escalonado dos
servidores públicos no ano que
vem e o cancelamento de concursos programados
Ontem, o ministro reclamou
do lobby dos sindicatos no
Congresso. Para ele, essa pressão por alterações nas MPs de
reajustes de servidores que impliquem aumento de despesas
é "insustentável do ponto de
vista orçamentário".
Os gastos com funcionalismo
para 2009 estão previstos em
R$ 155,3 bilhões. Isso representa 4,8% do PIB, índice mais alto
alcançado no governo Lula. Para este ano, segundo a última
estimativa do governo, eles deverão chegar a R$ 133,3 bilhões.
"Prefiro me preservar", disse
ontem Bernardo, referindo-se
à necessidade de cortes e ajustes no Orçamento. Diante da
incerteza da manutenção no
próximo ano dos parâmetros
econômicos projetados hoje
pelo governo, ele disse que pode "alterar o cronograma", antes de implementar os reajustes e as novas contratações já
encaminhados ao Congresso.
Ele também admitiu que,
apesar da safra recorde deste
ano -145 milhões de toneladas
de grãos-, faltou crédito nos
últimos dias. Segundo ele, as
medidas do governo foram suficientes para não comprometer o plantio da safra de verão.
Ainda assim, ele se apega à ajuda divina. "Precisamos orar para chover na hora certa."
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