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Bradesco tem lucro menor com pico de inadimplência
Carteira de crédito sobe só 1,3% no 3º tri, mas banco vê avanço maior em 2010
Instituição amplia prazos na concessão de empréstimos em várias modalidades e prevê recuo de calotes
nos próximos meses
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Bradesco fechou a safra de
balanços dos grandes bancos
privados do país e confirmou o
que os seus concorrentes já haviam mostrado: ainda não foi
no terceiro trimestre que o crédito esquentou e, na outra ponta, a inadimplência subiu.
O segundo maior banco privado do país reportou lucro de
R$ 1,811 bilhão no terceiro trimestre -cifra 21,2% menor
que o resultado do segundo trimestre, quando eventos extraordinários haviam engordado os números do banco. Queda
nos ganhos com seguros e serviços bancários, somada à expansão tímida do crédito, pesaram no resultado trimestral.
No acumulado do ano até setembro, o banco obteve lucro líquido de R$ 5,831 bilhões, praticamente estável em relação
ao mesmo período de 2008.
A carteira de crédito atingiu
R$ 215,5 bilhões em setembro,
com crescimento trimestral de
apenas 1,3%. Já a inadimplência acima de 90 dias no banco
subiu de 3,4% em setembro de
2008 para 5% neste ano.
Nesse cenário, a participação
do crédito no resultado do banco recuou de 23% do total nos
primeiros nove meses de 2008
para 18% em 2009.
Luiz Carlos Trabuco Cappi,
presidente do Bradesco, prevê
que o crédito vai aquecer daqui
para a frente. Para 2010, espera
um aumento da carteira em
torno de 20%. Neste ano, o aumento deve ficar entre 8% e
12%. "Estamos tomando medidas visando ampliar a acessibilidade ao crédito", afirmou.
Ontem o Bradesco anunciou
a ampliação de prazos na concessão de empréstimos em várias modalidades.
Em relação à inadimplência,
Cappi projetou que fique abaixo de 4% no segundo semestre
do próximo ano, próxima dos
níveis praticados antes da crise.
A receita de serviços -que
incluem tarifas de contas e cartões- recuou 1,9% entre o segundo e o terceiro trimestre.
Já o lucro na área de seguros
e previdência recuou 4,9% no
período, indo a R$ 607 milhões.
Mariana Taddeo, analista de
bancos da Link Investimentos,
diz que o resultado do banco ficou um pouco abaixo do esperado. "Sabemos que o crédito
tem sido puxado pelos bancos
públicos nos últimos trimestres. Mas a expectativa é que a
partir do quarto trimestre tenhamos um crescimento mais
forte das carteiras de crédito."
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