São Paulo, quinta-feira, 05 de novembro de 2009

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Bradesco tem lucro menor com pico de inadimplência

Carteira de crédito sobe só 1,3% no 3º tri, mas banco vê avanço maior em 2010

Instituição amplia prazos na concessão de empréstimos em várias modalidades e prevê recuo de calotes nos próximos meses

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O Bradesco fechou a safra de balanços dos grandes bancos privados do país e confirmou o que os seus concorrentes já haviam mostrado: ainda não foi no terceiro trimestre que o crédito esquentou e, na outra ponta, a inadimplência subiu.
O segundo maior banco privado do país reportou lucro de R$ 1,811 bilhão no terceiro trimestre -cifra 21,2% menor que o resultado do segundo trimestre, quando eventos extraordinários haviam engordado os números do banco. Queda nos ganhos com seguros e serviços bancários, somada à expansão tímida do crédito, pesaram no resultado trimestral.
No acumulado do ano até setembro, o banco obteve lucro líquido de R$ 5,831 bilhões, praticamente estável em relação ao mesmo período de 2008.
A carteira de crédito atingiu R$ 215,5 bilhões em setembro, com crescimento trimestral de apenas 1,3%. Já a inadimplência acima de 90 dias no banco subiu de 3,4% em setembro de 2008 para 5% neste ano.
Nesse cenário, a participação do crédito no resultado do banco recuou de 23% do total nos primeiros nove meses de 2008 para 18% em 2009.
Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do Bradesco, prevê que o crédito vai aquecer daqui para a frente. Para 2010, espera um aumento da carteira em torno de 20%. Neste ano, o aumento deve ficar entre 8% e 12%. "Estamos tomando medidas visando ampliar a acessibilidade ao crédito", afirmou.
Ontem o Bradesco anunciou a ampliação de prazos na concessão de empréstimos em várias modalidades.
Em relação à inadimplência, Cappi projetou que fique abaixo de 4% no segundo semestre do próximo ano, próxima dos níveis praticados antes da crise.
A receita de serviços -que incluem tarifas de contas e cartões- recuou 1,9% entre o segundo e o terceiro trimestre.
Já o lucro na área de seguros e previdência recuou 4,9% no período, indo a R$ 607 milhões. Mariana Taddeo, analista de bancos da Link Investimentos, diz que o resultado do banco ficou um pouco abaixo do esperado. "Sabemos que o crédito tem sido puxado pelos bancos públicos nos últimos trimestres. Mas a expectativa é que a partir do quarto trimestre tenhamos um crescimento mais forte das carteiras de crédito."


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