São Paulo, terça-feira, 05 de dezembro de 2000

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UNIÃO EUROPÉIA

Desaceleração da economia americana faz dólar recuar ante a moeda européia, que fechou em US$ 0,89

Euro atinge a maior cotação em dois meses

JOSÉLIA AGUIAR
DE LONDRES

Os sinais de que a economia norte-americana perdeu o fôlego fizeram o euro alcançar ontem o seu patamar mais alto em dois meses.
A moeda européia fechou cotada em US$ 0,8902 -o melhor desempenho desde setembro, quando ocorreu a intervenção dos bancos centrais do G-7, o grupo dos países mais industrializados.
Para alguns analistas, o desaquecimento dos EUA teria passado do ponto, como sinalizam indicadores econômicos que vêm sendo divulgados há uma semana. Desde então, o dólar começou a recuar ante o euro.
O mercado começa a acreditar que pode ter chegado a hora de a moeda européia iniciar sua gradual recuperação, depois de ter perdido quase 30% de seu valor desde que foi lançada, há quase dois anos.
Durante as negociações de ontem, o euro chegou a ser negociado a US$ 0,8932. No fim do dia, a cotação recuou um pouco.
O euro também alcançou sua maior alta desde agosto ante o iene japonês -chegou a 99,01 ienes. O desempenho do euro em relação à libra esterlina também foi o melhor desde setembro -chegou a 0,6154 libra.
A moeda britânica, que recuara nos últimos meses ante o dólar, alcançou sua maior alta em um mês e foi negociada a US$ 1,4535.

Intervenção
Desde que foi adotado por 11 dos 15 países que integram a União Européia, o euro registrava quedas seguidas ante o dólar. Na comparação com os EUA, que cresciam em ritmo acelerado, a Europa e seu desempenho modesto perdiam.
O Banco Central Europeu fez quatro intervenções em defesa da moeda nos últimos dois meses. O euro subia a cada ação do BCE, mas voltava a recuar.
Analistas afirmam que a principal razão para a recuperação da moeda européia desta vez é que, apesar de as perspectivas para o bloco europeu continuarem as mesmas, os EUA esfriaram mais que o previsto.
Para Shahab Jalinoos, responsável pelas operações de câmbio do UBS Warburg em Londres, há sinais de que pelo menos o estado psicológico do mercado mudou em favor do euro.
"O que sustentava a sobrevalorização do dólar ante o euro era a performance da economia americana e a entrada de capital externo nos EUA. O cenário mudou", disse Paul Meggyesi, analista do Deutsche Bank em Londres.




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