São Paulo, quinta-feira, 05 de dezembro de 2002

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ANO DO DRAGÃO

Em 2000, bloco havia definido que neste ano Brasil teria taxa máxima anual de 5%, mas plano foi adiado

Meta de inflação do Mercosul fica para 2006

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os países do Mercosul tiveram de abrir mão do cumprimento da meta de inflação estabelecida, em 2000, para este ano, por causa das desvalorizações cambiais no Brasil, Argentina e Uruguai.
Ontem, em Brasília, na reunião de ministros da Fazenda e presidentes dos bancos centrais do Mercosul, do Chile e da Bolívia ficou decidido que a região só terá metas de inflação a partir de 2006, e não mais a partir deste ano. A meta de 2006 será de 5%.
"À luz do fato de que as economias sofreram impactos negativos houve uma revisão das metas", disse o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Marcos Caramuru.
Em 2000, o Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) e os países associados ao bloco (Chile e Bolívia) haviam estabelecido metas macroeconômicas que deveriam ser cumpridas a partir deste ano. Havia três metas:
1) A inflação não deveria ser superior a 5% a partir de 2002. O Brasil tinha permissão para ter inflação anual de 5,5% neste ano.
2) O déficit nominal do governo federal, Estados e municípios não poderia ser superior a 3% do PIB (total de riquezas produzidas pelo país) em 2002. O Brasil poderia ter um déficit de 3,5%.
3) Em 2010, a relação dívida pública/PIB não poderia ser superior a 40%.
As metas de déficit nominal e de dívida pública foram mantidas. Segundo Caramuru, as desvalorizações cambiais na região tiveram um impacto forte tanto na dívida pública como na inflação. Mas como a meta de dívida pública só vale para 2010, haveria tempo para cumprir o objetivo.
A reunião de ontem aconteceu no âmbito da Cúpula do Mercosul, que termina amanhã com uma reunião dos presidentes dos países do bloco econômico, do Chile e da Bolívia.
A idéia inicial era que a reunião terminasse com a participação de todos os presidentes da América do Sul. Segundo a assessoria de imprensa do Itamaraty, no entanto, apenas o presidentes do Brasil, da Argentina, do Uruguai, do Paraguai, do Chile e da Bolívia confirmaram suas presenças.
Entre as decisões da Cúpula, a que afetará mais de perto as pessoas será a desburocratização dos pedidos de residência. Qualquer pessoa com nacionalidade de um dos países do Mercosul poderá pedir um visto de residência para outro país do bloco sem apresentar nenhuma justificativa. O único documento necessário será um atestado de bons antecedentes.
Além disso, ficou decidido que a lista de exceção, que terminaria no final do ano, será prorrogada até dezembro de 2003.
(ANDRÉ SOLIANI)


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