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ANO DO DRAGÃO
Em 2000, bloco havia definido que neste ano Brasil teria taxa máxima anual de 5%, mas plano foi adiado
Meta de inflação do Mercosul fica para 2006
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os países do Mercosul tiveram
de abrir mão do cumprimento da
meta de inflação estabelecida, em
2000, para este ano, por causa das
desvalorizações cambiais no Brasil, Argentina e Uruguai.
Ontem, em Brasília, na reunião
de ministros da Fazenda e presidentes dos bancos centrais do
Mercosul, do Chile e da Bolívia ficou decidido que a região só terá
metas de inflação a partir de 2006,
e não mais a partir deste ano. A
meta de 2006 será de 5%.
"À luz do fato de que as economias sofreram impactos negativos houve uma revisão das metas", disse o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério
da Fazenda, Marcos Caramuru.
Em 2000, o Mercosul (Brasil,
Argentina, Uruguai e Paraguai) e
os países associados ao bloco
(Chile e Bolívia) haviam estabelecido metas macroeconômicas
que deveriam ser cumpridas a
partir deste ano. Havia três metas:
1) A inflação não deveria ser superior a 5% a partir de 2002. O
Brasil tinha permissão para ter inflação anual de 5,5% neste ano.
2) O déficit nominal do governo
federal, Estados e municípios não
poderia ser superior a 3% do PIB
(total de riquezas produzidas pelo
país) em 2002. O Brasil poderia ter
um déficit de 3,5%.
3) Em 2010, a relação dívida pública/PIB não poderia ser superior a 40%.
As metas de déficit nominal e de
dívida pública foram mantidas.
Segundo Caramuru, as desvalorizações cambiais na região tiveram
um impacto forte tanto na dívida
pública como na inflação. Mas como a meta de dívida pública só
vale para 2010, haveria tempo para cumprir o objetivo.
A reunião de ontem aconteceu
no âmbito da Cúpula do Mercosul, que termina amanhã com
uma reunião dos presidentes dos
países do bloco econômico, do
Chile e da Bolívia.
A idéia inicial era que a reunião
terminasse com a participação de
todos os presidentes da América
do Sul. Segundo a assessoria de
imprensa do Itamaraty, no entanto, apenas o presidentes do Brasil,
da Argentina, do Uruguai, do Paraguai, do Chile e da Bolívia confirmaram suas presenças.
Entre as decisões da Cúpula, a
que afetará mais de perto as pessoas será a desburocratização dos
pedidos de residência. Qualquer
pessoa com nacionalidade de um
dos países do Mercosul poderá
pedir um visto de residência para
outro país do bloco sem apresentar nenhuma justificativa. O único
documento necessário será um
atestado de bons antecedentes.
Além disso, ficou decidido que a
lista de exceção, que terminaria
no final do ano, será prorrogada
até dezembro de 2003.
(ANDRÉ SOLIANI)
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