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CRISE NO AR
Governo rejeita que BNDES seja "hospital" de empresa e condiciona socorro financeiro a plano realista
Varig não terá ajuda sem reestruturação
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O governo rejeita uma "solução
mágica" para equacionar os problemas financeiros da Varig ainda
na administração FHC, como dar
dinheiro do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) sem ter como
contrapartida um plano de reestruturação da companhia.
A atual posição do governo é a
seguinte: se a empresa tiver de
quebrar, isso vai acontecer, mesmo que represente desgaste político. É essa a visão, segundo a Folha apurou, que predomina tanto
no Ministério do Desenvolvimento como no BNDES.
O BNDES não se nega a ajudar.
Avalia que a empresa é viável,
desde que consiga se entender
com os credores. Com isso, teria
fôlego para se reestruturar e dar
lucro nos próximos anos.
Para o banco, depende da empresa apresentar um plano factível de reestruturação - que poderia contemplar até mesmo a
saída da FRB (Fundação Ruben
Berta) do controle da companhia.
Só depois disso é que seriam alocados os recursos. A Varig já declarou que precisa de US$ 500 milhões para se capitalizar -estima-se no mercado que um terço
desse valor viria do BNDES.
A posição do governo é de que o
BNDES mudou: rejeita que o banco fique com a pecha de "hospital" de empresas.
Com dívidas de US$ 764 milhões, a Varig afirma que já voltou
a negociar com credores. Mesmo
numa situação delicada, ela está
conseguindo honrar os compromissos mais urgentes: tem pago
em dia o combustível que compra
da BR Distribuidora e os serviços
prestados pela Infraero.
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