São Paulo, quinta-feira, 05 de dezembro de 2002

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CRISE NO AR

Governo rejeita que BNDES seja "hospital" de empresa e condiciona socorro financeiro a plano realista

Varig não terá ajuda sem reestruturação

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

O governo rejeita uma "solução mágica" para equacionar os problemas financeiros da Varig ainda na administração FHC, como dar dinheiro do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) sem ter como contrapartida um plano de reestruturação da companhia.
A atual posição do governo é a seguinte: se a empresa tiver de quebrar, isso vai acontecer, mesmo que represente desgaste político. É essa a visão, segundo a Folha apurou, que predomina tanto no Ministério do Desenvolvimento como no BNDES.
O BNDES não se nega a ajudar. Avalia que a empresa é viável, desde que consiga se entender com os credores. Com isso, teria fôlego para se reestruturar e dar lucro nos próximos anos.
Para o banco, depende da empresa apresentar um plano factível de reestruturação - que poderia contemplar até mesmo a saída da FRB (Fundação Ruben Berta) do controle da companhia. Só depois disso é que seriam alocados os recursos. A Varig já declarou que precisa de US$ 500 milhões para se capitalizar -estima-se no mercado que um terço desse valor viria do BNDES.
A posição do governo é de que o BNDES mudou: rejeita que o banco fique com a pecha de "hospital" de empresas.
Com dívidas de US$ 764 milhões, a Varig afirma que já voltou a negociar com credores. Mesmo numa situação delicada, ela está conseguindo honrar os compromissos mais urgentes: tem pago em dia o combustível que compra da BR Distribuidora e os serviços prestados pela Infraero.


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