DA REPORTAGEM LOCAL

A Telemar e a Brasil Telecom estão trabalhando também na compra da BCP e BSE, operadoras de telefonia celular da Grande São Paulo e de seis Estados do Nordeste. A BCP, por exemplo, enfrenta sérios problemas econômicos. A Folha apurou que as duas operadoras de telefonia fixa aceleraram as negociações para a aquisição dessas empresas.
A compra das empresas seria feita em bloco. Caso seja concretizada, a Telemar deve ficar com a BSE, e a Brasil Telecom, com a BCP. O grupo norte-americano BellSouth e a Verbier (empresa dos irmãos Joseph e Moise Safra) são os dois acionistas das duas operadoras de telefonia celular.
A BellSouth, que tem 45,4% das ações da BCP, afirmou ontem que está procurando resolver os problemas da companhia. "Estamos conversando com muitas pessoas para encontrar a melhor solução para os clientes", disse Maria Schnabel, diretora de comunicação da BellSouth.
O grupo norte-americano informou em meados de novembro que estaria disposto a vender sua participação na BCP e na BSE. A operadora paulista tem uma dívida de US$ 1,7 bilhão. Em março deste ano, a crise nessa empresa veio à tona quando a BCP deixou de pagar uma parcela de US$ 375 milhões a credores. Desde então, cerca de 41 bancos estão envolvidos em tentativas de encontrar uma solução para as empresas.
O presidente do banco Safra, Carlos Alberto Vieira, afirmou que os banqueiros Joseph e Moise Safra sempre foram favoráveis a encontrar uma solução para a BCP e BSE. "Não existe nada de concreto nas negociações com operadoras. Elas podem estar ocorrendo via BellSouth."
Outro grupo que pode estar interessado na compra da BCP e BSE é o conglomerado mexicano Telecom Americas. Ele já possui participações em operadoras de telefonia fixa, como a ATL e a Tess. Segundo a Folha apurou, até 2001 a ATL participava de gestões administrativas da BCP, como a criação de um portal de voz.
O presidente da ATL, Carlos Henrique Moreira, não quis comentar ontem um possível interesse da Telecom Americas na BCP e BSE. (LÁSZLÓ VARGA)


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