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Lula quer ação maior em petroquímica
Presidente afirma que Petrobras não terá papel minoritário em companhias do setor por ser "estratégica" para o Brasil
Em reunião no Planalto, presidente da Braskem, da qual a Petrobras é sócia, anunciou futuro acordo para atuar na Venezuela
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a Petrobras
não terá papel de minoritária
nas petroquímicas Braskem e
Unipar. "Ela [Petrobras] é tão
importante que nunca será minoritária em nada de que participe neste país, porque ela é a
empresa estratégica mais importante do nosso país", afirmou, em reunião com representantes das três empresas.
Lula afirmou que o governo
trabalhou para ajudar o acordo
entre as companhias e elogiou
o ministro interino de Minas e
Energia, Nelson Hubner, por
não ter atrapalhado. "Quero
agradecer ao ministro pela desenvoltura com que permitiu
que esse processo fluísse. Porque vocês sabem que o governo
às vezes pode não ajudar, mas
que, se quiser atrapalhar, atrapalha muito. E, neste momento, nós trabalhamos com o objetivo de ajudar."
Ele fez as afirmações em reunião com José Sergio Gabrielli,
presidente da Petrobras, José
Carlos Grubisich, presidente
da Braskem, Roberto Garcia,
presidente da Unipar, e com os
ministros Dilma Rousseff (Casa Civil) e Nelson Hubner. A íntegra da conversa foi divulgada
pela assessoria da Presidência.
Na sexta-feira passada, a
Braskem, maior petroquímica
da América Latina, ganhou a
Petrobras como sócia minoritária relevante (com 25% do capital total). Além disso, os ativos petroquímicos da região
Sudeste, capitaneados pela
Unipar, foram reunidos em
uma empresa ainda sem nome
da qual a Petrobras terá 40%.
Lula classificou a ação da Petrobras no setor petroquímico
como um momento histórico.
"A gente poderia colocar no
nosso calendário que o setor
pode ser contado antes desta
data e depois desta data. Porque, se o Geisel [Ernesto Geisel,
presidente entre 1974 e 1979],
tinha dado o pontapé inicial, eu
acho que, neste momento, nós
estamos marcando o gol."
Na reunião, o presidente da
Braskem anunciou que a empresa deverá fechar um acordo
para atuar na Venezuela. "Nós
já estamos muito próximos de
assinar um acordo com a Tecven para iniciar os nossos programas também na Venezuela", disse Grubisich ao presidente Lula. Ele também informou a Lula que a empresa pretende fabricar 200 mil toneladas de "plástico verde" (feito a
partir de matéria-prima renovável) a partir do ano que vem.
Após a reunião, Gabrielli deu
entrevista e afirmou que, apesar da participação cruzada da
estatal nos dois grupos, haverá
competição. "As duas empresas
vão competir entre si." Segundo ele, apesar de minoritária, a
Petrobras terá direitos especiais em assuntos estratégicos
como planos de expansão e gestão financeira das empresas.
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