São Paulo, sábado, 05 de dezembro de 2009

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Transações com cartão devem crescer 150%

Estimativa para os próximos cinco anos é alimentada pelo fim do monopólio de Redecard e Cielo (VisaNet)

DA REPORTAGEM LOCAL

A abertura do mercado de cartões de crédito no Brasil deverá fazer surgir 20 novos adquirentes ("emissores" de cartões) nos próximos cinco anos -hoje dois deles detêm mais de 90% do mercado. Ela também diminuirá as margens de lucro e dobrará o faturamento do setor até 2013, além de reduzir os custos para os lojistas.
Nos próximos quatro anos, as transações comerciais por cartão de crédito devem movimentar R$ 758 bilhões, alta de 152%. A receita líquida do setor dobrará, atingindo R$ 15,5 bilhões, e o lucro líquido -que hoje é de R$ 3,7 bilhões- atingirá R$ 7,4 bilhões. As margens de lucro deverão atingir 30% ao ano contra os 50% atuais.
Essas previsões foram apresentadas ontem pela CSU Card System, líder do mercado na oferta de soluções tecnológicas para as transações comerciais por cartão de crédito. "Já existem varejistas, bancos e até planos de saúde interessados em lançar cartões", diz Marcos Ribeiro Leite, presidente da CSU.
Essa movimentação ocorre porque o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) quebrou o duopólio existente no mercado. Atualmente, a Redecard possui 39% de participação, e a Cielo (VisaNet), 54%. "Na verdade, eram dois monopólios isolados devido aos contratos de exclusividade entre as bandeiras e os emissores", afirma o presidente do Cade, Arthur Badin.
Por isso, o Cade condenou as duas empresas. O monopólio da Redecard, que administra os cartões MasterCard, está quebrado. Já a Cielo tem até junho de 2010 para apresentar as regras que permitirão a entrada de novos interessados em emitir cartões de crédito da Visa.
A decisão do Cade acaba com o esquema de exclusividade e determina a interoperabilidade dos sistemas. Uma máquina da Redecard terá de processar uma transação da Visa, por exemplo. "Isso vai derrubar o preço do serviço", diz Leite.


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