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GADO DOENTE
Grupos vão estudar mercados a explorar, provar que Brasil não tem a doença e reforçar controles sanitários
País tenta ganhar com vaca louca nos EUA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério da Agricultura,
em conjunto com os produtores
de carnes, criou três grupos de
trabalho para tentar aproveitar as
oportunidades de negócio que
surgirão com a queda das exportações de carne dos Estados Unidos, país no qual foi localizado focos do mal da vaca louca.
O primeiro grupo será responsável por localizar os mercados
para os quais o Brasil pode aumentar as suas vendas. Tratará
também de identificar os acordos
sanitários necessários para abrir
esses mercados.
Segundo o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, que se
reuniu ontem com toda a cadeia
da indústria da carne, esse grupo
visitará países como o Japão e a
Coréia, que importavam carne
dos Estados Unidos, mas suspenderam as compras após o surgimento da doença da vaca louca
em solo americano.
O segundo grupo foi criado, de
acordo com Rodrigues, "para
mostrar categórica e definitivamente que o Brasil não tem risco
nenhum nessa área [da vaca louca]". Essa equipe compilará todas
as informações técnicas disponíveis para mostrar que o gado brasileiro está livre da doença.
O terceiro e último grupo tem a
missão de traçar um plano estratégico de controle sanitário no
Brasil. Rodrigues afirmou que
"qualquer vacilo nessa área" pode
pôr tudo a perder.
O controle da febre aftosa é um
dos mais importantes, segundo a
Agricultura, para que o país não
perca a oportunidade de ganhar
mercado. Não bastará o país controlar a doença nas suas fronteiras. Precisará também ajudar os
vizinhos a cuidarem também de
seus rebanhos. No ano passado, o
país doou 3 milhões de vacinas
para o Paraguai e a Bolívia, exatamente com o objetivo de controlar a doença em toda a região.
Para o ministro da Agricultura,
as vendas externas de carne bovina poderão crescer neste ano entre 10% e 15%. Em 2003, o Brasil
vendeu cerca de US$ 1,5 bilhão de
carne de boi para o exterior.
A vaca louca nos EUA não apresenta apenas oportunidades no
setor de carnes. Segundo Rodrigues, deverá haver um aumento
na procura por proteína vegetal,
como soja, que já se reflete num
aumento dos preços desse produto. O país é o maior exportador de
soja do mundo.
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