São Paulo, terça-feira, 06 de janeiro de 2004

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GADO DOENTE

Grupos vão estudar mercados a explorar, provar que Brasil não tem a doença e reforçar controles sanitários

País tenta ganhar com vaca louca nos EUA

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério da Agricultura, em conjunto com os produtores de carnes, criou três grupos de trabalho para tentar aproveitar as oportunidades de negócio que surgirão com a queda das exportações de carne dos Estados Unidos, país no qual foi localizado focos do mal da vaca louca.
O primeiro grupo será responsável por localizar os mercados para os quais o Brasil pode aumentar as suas vendas. Tratará também de identificar os acordos sanitários necessários para abrir esses mercados.
Segundo o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, que se reuniu ontem com toda a cadeia da indústria da carne, esse grupo visitará países como o Japão e a Coréia, que importavam carne dos Estados Unidos, mas suspenderam as compras após o surgimento da doença da vaca louca em solo americano.
O segundo grupo foi criado, de acordo com Rodrigues, "para mostrar categórica e definitivamente que o Brasil não tem risco nenhum nessa área [da vaca louca]". Essa equipe compilará todas as informações técnicas disponíveis para mostrar que o gado brasileiro está livre da doença.
O terceiro e último grupo tem a missão de traçar um plano estratégico de controle sanitário no Brasil. Rodrigues afirmou que "qualquer vacilo nessa área" pode pôr tudo a perder.
O controle da febre aftosa é um dos mais importantes, segundo a Agricultura, para que o país não perca a oportunidade de ganhar mercado. Não bastará o país controlar a doença nas suas fronteiras. Precisará também ajudar os vizinhos a cuidarem também de seus rebanhos. No ano passado, o país doou 3 milhões de vacinas para o Paraguai e a Bolívia, exatamente com o objetivo de controlar a doença em toda a região.
Para o ministro da Agricultura, as vendas externas de carne bovina poderão crescer neste ano entre 10% e 15%. Em 2003, o Brasil vendeu cerca de US$ 1,5 bilhão de carne de boi para o exterior.
A vaca louca nos EUA não apresenta apenas oportunidades no setor de carnes. Segundo Rodrigues, deverá haver um aumento na procura por proteína vegetal, como soja, que já se reflete num aumento dos preços desse produto. O país é o maior exportador de soja do mundo.


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