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Governo barra mais anidro na gasolina
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com a alta no preço do álcool, o governo cancelou reunião da Câmara do Setor Sucroalcooleiro, marcada para
o dia 10, para discutir o aumento de 23% para 25% da
mistura de álcool anidro na
gasolina, uma demanda do
setor. Segundo o ministro da
Agricultura, Luís Carlos
Guedes Pinto, com o aumento de R$ 0,10 no preço do álcool hidratado nas usinas
nas duas últimas semanas,
não há necessidade de mudar a mistura.
Guedes disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou, porém, que o
ministério monitore o preço
do álcool e, em caso de aumentos abusivos, o governo
poderá até reduzir o percentual de mistura do álcool anidro na gasolina. "Se houver
aumento de preços, o governo não ficará passivo", afirmou o ministro.
Segundo ele, em dezembro
há um crescimento sazonal
na demanda por álcool por
causa das férias de fim de
ano, geralmente de 10%. Mas
a crise da aviação deve ter
contribuído para aumentar
ainda mais a demanda, "porque muita gente deve ter preferido viajar de carro". Com
isso houve um aumento de
13%, o que afetou o preço. Segundo a Unica (União da
Agroindústria Canavieira de
São Paulo), em alguns mercados o aumento da demanda chegou a 30%.
Atualmente o litro do álcool hidratado, usado diretamente como combustível,
está entre R$ 0,86 e R$ 0,87
nas usinas. "Por causa de seu
desempenho [pior do que o
da gasolina], o álcool só é
atrativo quando o preço está
abaixo de 75% do preço da
gasolina e atualmente em
São Paulo está em 53%", disse Guedes.
O aumento da frota dos
carros com motor flex também tem elevado a procura
por álcool. Segundo Guedes,
atualmente há quase 3 milhões de veículos flex em circulação no país. Em 2005,
era 1,6 milhão. A cada dia são
vendidos 5.000 carros.
É por essa razão que a Unica defende que a mistura de
álcool anidro na gasolina seja
de 25%, máximo determinado por lei. "A produção está
aumentando. No ano passado, 12 novas usinas passaram
a produzir álcool e neste ano
serão 16 novas usinas. Há estoques e vai haver uma safra
boa neste ano", disse Antonio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da Unica.
Ele concorda, porém, que
não é o momento adequado
para discutir o aumento da
mistura porque o preço subiu. "É melhor falar sobre o
aumento da mistura quando
o mercado estiver em um período de normalidade", disse.
(CLÁUDIA DIANNI)
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