São Paulo, sábado, 06 de janeiro de 2007

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Poupança tem captação positiva de R$ 6,5 bilhões

Caderneta foi beneficiada pela queda da Selic em 2006

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Impulsionada pela queda da taxa Selic, a poupança voltou a registrar um aumento nos seus depósitos ao longo de 2006 e encerrou o ano com captação positiva, segundo dados do Banco Central. Entre janeiro e dezembro, as aplicações na caderneta superaram os saques em R$ 6,472 bilhões.
Em 2005, a poupança havia sofrido com uma fuga de R$ 2,72 bilhões, mas, nos últimos meses, voltou a ganhar força. Entre setembro e dezembro, a captação foi positiva em R$ 12,425 bilhões, sendo que metade desse valor foi apurado no mês passado, quando, tradicionalmente, as aplicações na caderneta são favorecidas pelo pagamento do 13º salário.
A maior procura pela poupança reflete a recente queda na rentabilidade das aplicações que acompanham de perto a variação da taxa Selic, como os CDBs (Certificados de Depósito Bancário) e os fundos de investimento DI e de renda fixa.
A taxa Selic equivale à remuneração dos títulos públicos. Esses papéis compõem boa parte da carteira dos fundos e servem de referência para os juros pagos pelos CDBs.
Hoje, a Selic está em 13,75% ao ano e, apesar de ser uma das mais altas do mundo, encontra-se no menor nível registrado no Brasil. E a expectativa dos analistas de mercado é que ela continue em queda.
Com isso, a rentabilidade dos títulos públicos acaba caindo, afetando, portanto, o retorno proporcionado pelos fundos de investimento. Na comparação com a poupança, os fundos ainda têm duas desvantagens: estão sujeitos a uma alíquota de Imposto de Renda que varia de 15% a 22,5%, dependendo do prazo da aplicação, e cobram do investidor uma taxa de administração que pode chegar a mais 4% do saldo aplicado.
Aplicações na poupança são isentas de IR e não sofrem cobrança de taxas.
Por isso, a poupança se torna uma opção cada vez mais atraente, principalmente para os pequenos investidores, que costumam arcar com as taxas de administração mais altas quando aplicam em fundos. Se essa taxa for de 4% e a alíquota do IR for de 20%, a rentabilidade líquida de um fundo DI, com a Selic em 13,75%, fica em cerca de 6,6% ao ano -menos do que os juros pagos pela caderneta.
O maior interesse na poupança já fez com que a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) enviasse ao governo uma proposta para mudar o método usado no cálculo da TR (Taxa Referencial), que corrige as aplicações na caderneta.
A poupança rende 0,5% de juros ao mês, mais a variação da TR. A TR, por sua vez, é calculada a partir dos juros médios pagos pelos CDBs dos maiores bancos do país -sobre esses juros, é aplicado um redutor, cuja fórmula é elaborada pelo BC.
Os bancos propõem mudar a fórmula desse redutor, para que a rentabilidade da poupança diminua, o que ajudaria a evitar perdas nos fundos.


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