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Poupança tem captação positiva de R$ 6,5 bilhões
Caderneta foi beneficiada pela queda da Selic em 2006
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Impulsionada pela queda da
taxa Selic, a poupança voltou a
registrar um aumento nos seus
depósitos ao longo de 2006 e
encerrou o ano com captação
positiva, segundo dados do
Banco Central. Entre janeiro e
dezembro, as aplicações na caderneta superaram os saques
em R$ 6,472 bilhões.
Em 2005, a poupança havia
sofrido com uma fuga de R$
2,72 bilhões, mas, nos últimos
meses, voltou a ganhar força.
Entre setembro e dezembro, a
captação foi positiva em R$
12,425 bilhões, sendo que metade desse valor foi apurado no
mês passado, quando, tradicionalmente, as aplicações na caderneta são favorecidas pelo
pagamento do 13º salário.
A maior procura pela poupança reflete a recente queda
na rentabilidade das aplicações
que acompanham de perto a
variação da taxa Selic, como os
CDBs (Certificados de Depósito Bancário) e os fundos de investimento DI e de renda fixa.
A taxa Selic equivale à remuneração dos títulos públicos.
Esses papéis compõem boa
parte da carteira dos fundos e
servem de referência para os
juros pagos pelos CDBs.
Hoje, a Selic está em 13,75%
ao ano e, apesar de ser uma das
mais altas do mundo, encontra-se no menor nível registrado no
Brasil. E a expectativa dos analistas de mercado é que ela continue em queda.
Com isso, a rentabilidade dos
títulos públicos acaba caindo,
afetando, portanto, o retorno
proporcionado pelos fundos de
investimento. Na comparação
com a poupança, os fundos ainda têm duas desvantagens: estão sujeitos a uma alíquota de
Imposto de Renda que varia de
15% a 22,5%, dependendo do
prazo da aplicação, e cobram do
investidor uma taxa de administração que pode chegar a
mais 4% do saldo aplicado.
Aplicações na poupança são
isentas de IR e não sofrem cobrança de taxas.
Por isso, a poupança se torna
uma opção cada vez mais
atraente, principalmente para
os pequenos investidores, que
costumam arcar com as taxas
de administração mais altas
quando aplicam em fundos. Se
essa taxa for de 4% e a alíquota
do IR for de 20%, a rentabilidade líquida de um fundo DI, com
a Selic em 13,75%, fica em cerca
de 6,6% ao ano -menos do que
os juros pagos pela caderneta.
O maior interesse na poupança já fez com que a Febraban (Federação Brasileira dos
Bancos) enviasse ao governo
uma proposta para mudar o
método usado no cálculo da TR
(Taxa Referencial), que corrige
as aplicações na caderneta.
A poupança rende 0,5% de
juros ao mês, mais a variação da
TR. A TR, por sua vez, é calculada a partir dos juros médios pagos pelos CDBs dos maiores
bancos do país -sobre esses juros, é aplicado um redutor, cuja
fórmula é elaborada pelo BC.
Os bancos propõem mudar a
fórmula desse redutor, para
que a rentabilidade da poupança diminua, o que ajudaria a
evitar perdas nos fundos.
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