São Paulo, sábado, 06 de janeiro de 2007

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Agronegócio responde por 93% do saldo comercial

Setor tem superávit de US$ 42,7 bi em 2006, ante resultado total de US$ 46,07 bi

Ministro da Agricultura descarta renegociação generalizada de dívidas de produtores para compensar perdas com câmbio e seca


CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Apesar da queda do dólar, da redução dos preços de alguns grãos, principalmente da soja, e de problemas climáticos em 2006, as exportações do agronegócio brasileiro aumentaram 13,4% e atingiram US$ 49,4 bilhões. As importações somaram US$ 6,7 bilhões. Com isso, o saldo do agronegócio ficou em US$ 42,7 bilhões.
O resultado recorde foi bom para as contas externas, já que o setor respondeu por 93% do saldo comercial de 2006, de US$ 46,07 bilhões. Mas o desempenho das vendas não impediu a queda de 3% na renda dos produtores rurais, segundo a CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária).
O ministro das Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto, disse ontem que não haverá renegociação generalizada das dívidas dos produtores rurais em 2007, para compensar os prejuízos causados pelo câmbio, pela seca no Sul e pela oscilação de preços nos últimos dois anos. A CNA quer nova renegociação para um período de cinco anos.
"Em 2006, prorrogamos R$ 20 bilhões em dívidas e gastamos R$ 3,8 bilhões para apoiar a comercialização de 23 milhões de toneladas de produtos. Se houver necessidade de renegociar dívidas, vamos verificar caso a caso, mas não vai haver renegociação generalizada."
Para o ministro, os produtores rurais enfrentaram dificuldades nos últimos dois anos, mas as perdas não ocorreram em todos os setores. "Os problemas atingiram mais os produtores de grãos, de soja e de milho, principalmente, mas houve setores que cresceram, como o de café, o de suco de frutas e o sucroalcooleiro", disse.
Para 2007, Guedes espera aumento das exportações entre 10% e 15%. Segundo ele, levantamento da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) mostra que a safra 2006/ 2007 deverá ficar entre 120 milhões e 121 milhões de toneladas. Mas ele ponderou que o desempenho vai depender das condições climáticas e da ausência de problemas sanitários.
Em 2006, apesar da ocorrência de febre aftosa, as vendas de carnes cresceram 5,5%, de US$ 8,2 bilhões para US$ 8,6 bilhões. As exportações de carne bovina "in natura" aumentaram 29,6%, mas as vendas de carne suína e de frango "in natura" não resistiram aos efeitos da aftosa e da gripe aviária e caíram 11,8% e 12,1%, respectivamente. As vendas do complexo soja caíram 1,8%, mas as exportações do grão cresceram 6%.


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