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Agronegócio responde por 93% do saldo comercial
Setor tem superávit de US$ 42,7 bi em 2006, ante resultado total de US$ 46,07 bi
Ministro da Agricultura descarta renegociação generalizada de dívidas de
produtores para compensar perdas com câmbio e seca
CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar da queda do dólar, da
redução dos preços de alguns
grãos, principalmente da soja, e
de problemas climáticos em
2006, as exportações do agronegócio brasileiro aumentaram 13,4% e atingiram US$
49,4 bilhões. As importações
somaram US$ 6,7 bilhões. Com
isso, o saldo do agronegócio ficou em US$ 42,7 bilhões.
O resultado recorde foi bom
para as contas externas, já que
o setor respondeu por 93% do
saldo comercial de 2006, de
US$ 46,07 bilhões. Mas o desempenho das vendas não impediu a queda de 3% na renda
dos produtores rurais, segundo
a CNA (Confederação Nacional
da Agricultura e Pecuária).
O ministro das Agricultura,
Luís Carlos Guedes Pinto, disse
ontem que não haverá renegociação generalizada das dívidas
dos produtores rurais em 2007,
para compensar os prejuízos
causados pelo câmbio, pela seca no Sul e pela oscilação de
preços nos últimos dois anos. A
CNA quer nova renegociação
para um período de cinco anos.
"Em 2006, prorrogamos R$
20 bilhões em dívidas e gastamos R$ 3,8 bilhões para apoiar
a comercialização de 23 milhões de toneladas de produtos.
Se houver necessidade de renegociar dívidas, vamos verificar
caso a caso, mas não vai haver
renegociação generalizada."
Para o ministro, os produtores rurais enfrentaram dificuldades nos últimos dois anos,
mas as perdas não ocorreram
em todos os setores. "Os problemas atingiram mais os produtores de grãos, de soja e de
milho, principalmente, mas
houve setores que cresceram,
como o de café, o de suco de frutas e o sucroalcooleiro", disse.
Para 2007, Guedes espera
aumento das exportações entre
10% e 15%. Segundo ele, levantamento da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) mostra que a safra 2006/
2007 deverá ficar entre 120 milhões e 121 milhões de toneladas. Mas ele ponderou que o
desempenho vai depender das
condições climáticas e da ausência de problemas sanitários.
Em 2006, apesar da ocorrência de febre aftosa, as vendas de
carnes cresceram 5,5%, de US$
8,2 bilhões para US$ 8,6 bilhões. As exportações de carne
bovina "in natura" aumentaram 29,6%, mas as vendas de
carne suína e de frango "in natura" não resistiram aos efeitos
da aftosa e da gripe aviária e caíram 11,8% e 12,1%, respectivamente. As vendas do complexo
soja caíram 1,8%, mas as exportações do grão cresceram 6%.
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