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FINANÇAS
Instituições nacionais, porém, ainda cobram as maiores taxas de serviço
Tarifa de banco estrangeiro sobe mais
NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os bancos estrangeiros foram
os que mais reajustaram suas tarifas ao longo do último ano, segundo levantamento feito pela
Folha a partir de dados do Banco
Central. Se considerados os preços cobrados na prestação de cinco dos serviços mais usados na rede bancária, os aumentos promovidos pelos estrangeiros ficaram
em 9,5%. Entre os bancos nacionais, as tarifas ficaram praticamente estáveis.
Mesmo assim, os bancos nacionais ainda cobram as tarifas mais
caras, segundo os dados do BC.
Considerando a mesma cesta de
cinco serviços, a diferença em relação aos preços praticados pelos
estrangeiros fica em 17%.
Periodicamente, o BC consulta
as instituições financeiras a respeito das mais de 50 tarifas por
elas praticadas. Para fazer a comparação, a Folha considerou a seguinte cesta de serviços: emissão
de talão de cheques de 20 folhas,
emissão de DOC (ordem de pagamento), consulta de extratos em
terminal eletrônico, emissão de
cartão magnético e saque em bancos 24 horas.
Pelos números coletados ontem
pelo BC, os bancos nacionais cobram, em média, R$ 33,96 por esses serviços. Nas instituições financeiras de capital estrangeiro,
as tarifas somam R$ 29,08. Há um
ano, nacionais e estrangeiros cobravam, respectivamente, R$
34,03 e R$ 26,55.
Os saques em bancos 24 horas e
a emissão de talões de cheque e de
cartões magnéticos são os serviços bancários mais utilizados pelas famílias paulistanas com renda de até 20 salários mínimos, segundo metodologia utilizada pela
Fipe para calcular a inflação na cidade de São Paulo.
De acordo com Alan Marinovic,
da ABM Consulting, a explicação
para essa diferença é cultural.
"Até o Plano Real [1994", os bancos nacionais ganhavam muito
dinheiro com a inflação. De lá para cá, eles precisaram buscar outras fontes de receita e recorreram
ao aumento das tarifas", afirma.
Já os bancos estrangeiros
-que, com algumas exceções,
iniciaram as operações no Brasil
após a implantação do real- não
adotam essa política, segundo
Marinovic. "Os estrangeiros conseguem grande parte das receitas
financiando a dívida pública."
Na opinião de Marinovic, são as
tarifas elevadas que dão força aos
bancos nacionais, que vêm adquirindo bancos estrangeiros. Segundo ele, as tarifas mais altas, cobradas de uma base de clientes
maior, geram mais receita às instituições nacionais.
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