São Paulo, sexta-feira, 06 de fevereiro de 2004

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Oferta de vôos caiu; preços subiram

DA REPORTAGEM LOCAL

Um ano após Varig e TAM assinarem um protocolo de intenções para se tornarem uma só empresa, o setor de aviação civil no Brasil respira mais aliviado. O passageiro, que arcou com preços mais altos, nem tanto.
São dois lados de uma mesma moeda. A melhora nas contas das companhias e aumento de tarifas ao consumidor foram causados, em grande parte, pela drástica redução de oferta nos vôos domésticos, de 11,1% no ano passado ante 2002, segundo o DAC (Departamento de Aviação Civil).
A queda na quantidade de assentos disponíveis ocorreu por conta do compartilhamento de vôos entre Varig e TAM e do controle da oferta pelo governo, que deu fim à guerra tarifária entre as empresas aéreas.
Cerca de 70% dos passageiros de cada uma das duas empresas viajam hoje em vôos compartilhados -o acordo operacional começou em março do ano passado após autorização do Cade.
Com isso, a ocupação média das aeronaves de janeiro do ano passado a dezembro nos vôos nacionais foi de 60%, ante 57% no mesmo período de 2002.
O alívio traduziu-se nos balanços das duas empresas. De janeiro a setembro do ano passado, a TAM teve lucro de R$ 87,6 milhões. No mesmo período do conturbado ano de 2002, a companhia aérea teve prejuízo de R$ 619,102 milhões.
A situação da Varig também melhorou em 2003. A empresa reduziu seu prejuízo, de R$ 2,056 bilhões nos primeiros nove meses de 2002 para R$ 242,912 milhões no mesmo período de 2003.
A dívida total da empresa hoje é de US$ 2 bilhões -o equivalente a R$ 5,86 bilhões. Dois terços desses débitos, diz a empresa, foram renegociados.
Varig e TAM não foram as únicas a melhorarem suas contas com a queda na oferta no ano passado. A expectativa da companhia de baixo custo Gol é fechar 2003 com um faturamento de R$ 1,4 milhão, quase o dobro de 2002.
Segundo levantamento realizado pela revista "Panrotas", a TAM reduziu suas frequências semanais em 30,8% nos 13 principais aeroportos do país na comparação entre janeiro e novembro de 2003. A Varig, nos mesmos aeroportos, diminuiu suas frequências em 18,2% no período.
O fim da guerra tarifária, no entanto, fez com que o consumidor pagasse mais pelas passagens de vôos domésticos.
Segundo dados do site Decolar.com, onde é possível comparar tarifas, o preço de uma passagem entre São Paulo e Salvador, por exemplo, aumentou em média 34% entre janeiro do ano passado e janeiro deste ano -de R$ 518, em média, para R$ 694. A viagem entre São Paulo e Brasília ficou 12% mais cara segundo o site -de R$ 572 para R$ 638, em média. (MP)


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