São Paulo, segunda-feira, 06 de fevereiro de 2006

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FOLHAINVEST

APLICAÇÕES

Só em janeiro, a captação líquida ficou positiva em R$ 598 milhões, contra os R$ 114 milhões de todo o ano de 2005

Alta da Bolsa atrai capital para fundos de ações

DA REPORTAGEM LOCAL

A disparada da Bolsa de Valores de São Paulo neste começo de 2006 atraiu dinheiro novo para os fundos de ações. Atentos ao bom momento que atravessa o mercado acionário, investidores têm ampliado suas aplicações nesse segmento.
Em todo 2005, a captação líquida -que é a diferença entre as aplicações e os resgates- dos fundos de ações ficou positiva em R$ 114,47 milhões.
Apenas em janeiro deste ano, esses fundos registaram captação positiva acumulada de R$ 597,69 milhões. Os dados pertencem a balanço do site Fortuna -especializado no acompanhamento do mercado de fundos.
O Ibovespa -principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo- registrou valorização de 14,73% em janeiro. Essa rentabilidade da Bovespa bateu de longe a das aplicações financeiras mais tradicionais.

Rentabilidade
Considerando os fundos DI, renda fixa e curto prazo -que pagam juros e concentram quase 65% do patrimônio do mercado de fundos-, a rentabilidade dada no primeiro mês do ano girou em torno de 1,40%.
"O investidor está atento ao momento que passa a Bolsa. Notamos que há fluxo de investidores locais também, além dos estrangeiros. O cenário é positivo para a Bolsa e tende a atrair mais investimentos", afirma Lúcio Graccho, diretor de renda variável do HSBC Asset.
Os estrangeiros têm demonstrado forte interesse em aproveitar o movimento de alta da Bolsa de Valores doméstica.
Em janeiro, as compras de ações feitas na Bolsa com capital externo alcançaram a cifra recorde de R$ 17,56 bilhões. Já o saldo das compras e vendas feitas pelos estrangeiros na Bovespa no mês passado ficou positivo em R$ 2,61 bilhões (o melhor mês desde fevereiro do ano passado).
Atualmente, os negócios feitos pelos estrangeiros representam 35% do giro total da Bovespa.

Riscos
Apesar de a valorização deste começo de 2006 aumentar a tentação de investir em ações, é sempre bom lembrar que esse mercado carrega riscos.
Por isso, analistas recomendam que apenas parte das economias seja aplicada em ações. O resto é bom manter em aplicações mais conservadoras, como a renda fixa e o CDB (Certificado de Depósito Bancário, que também são investimentos que pagam juros).

Realização de lucros
Na semana passada, a Bovespa caiu 1,48%. Isso mostra que nem só de valorizações -mesmo em um período de forte tendência de alta- se faz o dia-a-dia da Bolsa.
"A realização de lucros é normal após sucessivas altas. O mercado acionário continua em ritmo bom", afirma o diretor do HSBC Asset. A realização de lucros ocorre quando os investidores vendem ações que subiram rapidamente para embolsar os ganhos.
Apesar da entrada acelerada de recursos nos fundos de ações, essa categoria ainda tem muito o que crescer.

Fatia do mercado
Enquanto os fundos atrelados a juros -DI, renda fixa e curto prazo- representavam quase 65% do patrimônio líquido dos R$ 740 bilhões que a indústria de fundos totalizava em meados de janeiro, segundo dados da Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento), os fundos de ações representavam apenas cerca de 7% do total.
Aos poucos, a movimentação com ações na Bolsa tem ganhado mais consistência.
No mês passado, a Bolsa de Valores de São Paulo registrou as maiores médias diárias de negócios desde o início do real.
Os negócios com ações giraram, na média, R$ 2,2 bilhões por dia em janeiro. Esse resultado ficou bem acima das médias diárias dos últimos anos: R$ 1,61 bilhão em 2004; R$ 1,22 bilhão em 2003; e R$ 818 milhões em 2002. (FABRICIO VIEIRA)


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