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análise
Bens de capital mostram volta do investimento
MARCELO BILLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A indústria cresceu menos
em 2006 do que em 2005.
Mas, por trás da modesta taxa de crescimento de 2,8%,
há indicadores positivos e
que apontam para resultados
mais alentadores em 2007.
É verdade que as previsões
a respeito do desempenho da
indústria neste ano não são
de crescimento acelerado.
Elas giram em torno de 4%, a
maioria é de 3,5%, algo pouco superior aos 2,8% do ano
passado e aos 3,1% de 2005.
Mas é cedo para bater o
martelo, e o comportamento
do setor industrial nos últimos trimestres não deixa de
fora um cenário de crescimento um pouco maior.
Primeiro, é digno de nota
que o setor de bens de capitais cresce há sete trimestres
consecutivos. Mais que isso,
em cinco desses trimestres o
crescimento do setor foi superior à média da indústria.
No último trimestre de
2006, por exemplo, a produção do setor de bens de capitais subiu 3% em relação ao
trimestre anterior, ao passo
que a indústria cresceu 1,1%.
O que esses números dizem sobre 2007 é que a indústria tem espaço para
crescer sem gerar pressões
inflacionárias. Eles também
podem indicar que o produto
potencial brasileiro subiu
um pouco, já que a alta do setor de bens de capitais alimenta o aumento dos investimentos.
As medidas de produto potencial são precárias. Elas
tentam expressar qual a taxa
máxima de crescimento que
o país pode atingir sem que
os preços disparem por conta de gargalos, pressões salariais, falta de insumos. Com
os investimentos subindo
hoje um pouco mais do que o
PIB, o produto potencial deve estar em alta.
Números da CNI (Confederação Nacional da Indústria) mostram que o ano acabou com aceleração das vendas, e as horas trabalhadas
no setor industrial recuaram
no último bimestre.
Vendas em alta e queda no
ritmo de trabalho indicam
redução do estoque, como
outras pesquisas qualitativas
-uma da FGV, outra da própria CNI- divulgadas durante a semana passada já indicavam. Nesse caso, aliam-se à capacidade de crescimento da indústria os estoques ajustados. Ou seja, caso
a procura cresça, ela será seguida por alta da produção.
Os bons sinais da indústria, no entanto, ainda não fizeram os analistas mudarem
suas projeções para o crescimento da economia. Para
Marcela Prada, da consultoria Tendências, as sondagens
industriais mostram um cenário benigno para 2007. "A
expectativa é de câmbio relativamente estável, com ambiente propício a importações e favorável ao consumo", diz. A projeção da Tendências é de expansão de
3,2% do PIB em 2007, mas o
dado está sob revisão.
Sergio Vale, da MB Associados, afirma que a indústria deve continuar a sofrer
os efeitos da valorização do
real. Ele estima alta de 3,0%
para o PIB em 2007 e de
3,5% para a indústria.
Para Bráulio Borges, da
LCA, os resultados não foram suficientes para modificar a projeção do PIB, mas sinalizam mais investimentos.
"Revisamos de 6,3% para
6,7% a projeção de alta dos
investimentos em 2006."
Colaboraram a Sucursal do Rio e a Folha Online, no Rio
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