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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Blindagem é de papel crepom, diz economista
A blindagem do Brasil contra
uma eventual crise internacional de grandes proporções é de
"papel crepom". A afirmação é
de Reinaldo Gonçalves, professor titular de economia internacional da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
"A blindagem do [presidente
do Banco Centra Henrique]
Meirelles é de papel crepom",
afirma Gonçalves. "Se chover e
houver crise, o Brasil fica pelado, no meio da avenida."
Isso porque, de acordo com
Gonçalves, apesar de o Brasil
ter melhorado em alguns aspectos macroeconômicos, o
resto do mundo está muito
mais forte.
"O Brasil está mais bem preparado do que há dois anos,
mas o mundo está melhor ainda", diz ele. "Estamos, na verdade, entre os piores."
Entre os argumentos de
Gonçalves, está o fato de que o
superávit comercial, apontado
como um dos pontos fortes do
país por Meirelles, é decrescente. Diversos bancos têm feito
previsões de que 2008 deverá
ser o último ano de superávit
por conta da valorização do real
frente ao dólar e da abertura
comercial.
"O próprio relatório Focus,
do Banco Central, indica que as
transações correntes já serão
negativas neste ano", diz ele.
A justificativa de que o Brasil
hoje depende menos dos Estados Unidos, o país mais afetado
pela crise dos subprime, as hipotecas de alto risco, também é
contestada por Gonçalves.
"Se forem calculados os seis
principais mercados para os
quais o Brasil exporta, que processam produtos brasileiros e
os vendem indiretamente para
os Estados Unidos, a proporção
de vendas aos americanos
mantém-se a mesma", afirma.
Gonçalves também diz que as
reservas internacionais do Brasil poderão acabar rapidamente, caso haja pressão para o aumento de juros ou ataque especulativo. "Além disso, temos
um passivo [dívida] externo líquido de US$ 400 bilhões e somos os mais vulneráveis entre
os emergentes", afirma.
bastidores
Família sócia da InBev visita Brasil
Sem fazer barulho e longe
dos flashes da avenida, aterrissaram no último domingo,
no Sambódromo do Rio de
Janeiro, para assistir ao desfile das escolas de samba,
mais de dez membros da família Spoelperch, que é sócia
da InBev e é a mais rica da
Bélgica.
Eles desfilaram na Mangueira e assistiram ao desfile
no camarote da Brahma.
Tradicionalmente, as famílias belgas que dividem o
controle da InBev com os sócios brasileiros (Jorge Paulo
Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles) escolhem um lugar no mundo onde a cervejaria seja forte e viajam em bloco para conhecer as suas instalações.
Pela primeira vez, o Brasil
foi o escolhido.
Ao todo, estiveram no Brasil cerca de 30 membros da
família -entre eles, o Visconde Philippe Spoelperch.
Eles visitaram as fábricas,
participaram de reunião do
conselho e foram ao Sambódromo.
Os brasileiros têm muita
influência sobre a gestão da
InBev.
Dois terços do comando
principal da gestão estão sob
o comando de executivos
brasileiros da AmBev.
Terceirizado, Carnaval da Bahia movimentou mais de R$ 11 milhões
Neste ano, pela primeira vez,
a Prefeitura de Salvador fez
uma concorrência pública e
transferiu a um terceiro a venda das cotas de patrocínio do
Carnaval da cidade.
A empresa vencedora da concorrência da comercialização
do Carnaval foi a agência de
propaganda Tudo, do grupo
ABC, de Nizan Guanaes. Ela
vendeu R$ 8,2 milhões em cotas e vai ficar com 20% do total,
o que equivale a cerca de R$
1,640 milhão.
Maurício Magalhães, presidente da Tudo, diz que, com outros investimentos publicitários das empresas, o volume movimentado no Carnaval
baiano, sem contar os patrocínios a blocos, pode ter alcançado a cifra de R$ 11,2 milhões.
"Estimulamos uma competição que não havia antes e as
marcas passaram a disputar
também esse mercado", afirma. "O Carnaval tornou-se
muito mais profissionalizado."
Como a licença para a venda
das cotas do Carnaval da Bahia
é válida por um período de dois
anos, a Tudo pretende funcionar mais ou menos como as escolas de samba do Rio. Já vai
começar a vendê-las tão logo o
Carnaval terminar.
"Também estamos de olho
em outros Carnavais do Nordeste", afirma Magalhães.
ERA UMA VEZ
A produtora Flamma inaugura no país o desenho "Princesas do
Mar", animação infantil brasileira co-produzida com a australiana
Southern Star e o estúdio espanhol Neptuno. O trabalho, exibido
atualmente só na Austrália, deve estrear no Brasil em abril pela Discovery Kids. A história, que conta a aventura de princesas do mar, aborda cidadania e ecologia, e foi inspirada no livro de Fábio Yabu, sócio da produtora. O custo de produção foi de US$ 7 milhões. "Estamos trabalhando na segunda temporada", diz Yabu.
DESTINO
Segundo pesquisa do
World Economic Forum
com 200 "Jovens Líderes
Globais", os BRICs estão entre os dez principais destinos de seus recursos. O "Jovens Líderes" é um programa do Forum, que reúne líderes com até 40 anos do
mundo inteiro e já teve como participantes Tony Blair
e Bill Gates. Na resposta à
pergunta "se você tivesse de
alocar metade de seu capital
financeiro de longo prazo
em um país, qual nação escolheria?", o Brasil é o terceiro, empatado com a China, com 14,3%. A Índia é a
primeira, com 24,3%. Estados Unidos estão em segundo. A Rússia, em sétimo.
MEXICANO
A segunda edição da revista Experience Magazine, do
grupo Experience Media, vai
trazer uma entrevista com o
empresário mexicano Ricardo Salinas. "Saía ele ou saía
eu", diz Salinas à publicação,
sobre a disputa de poder entre ele e seu pai pela liderança interna no grupo Salinas.
OCO
O empresário também falou dos conselhos que ouviu
de Sam Walton, fundador do
Wal-Mart. "Ele me fez ver
coisas que mudaram minha
vida." O bilionário disse
também que sente "um oco
aqui dentro" quando fala da
falta de tempo para os filhos.
MBA
Segundo pesquisa do Ibmec São Paulo com 921 alunos do MBA Executivo e do
MBA Executivo em Finanças, 76% afirmaram que o
curso aumentou seu reconhecimento dentro e fora da
empresa. No MBA Executivo, cerca de 35% têm experiência de 4 a 6 anos na função de gerentes e 53% trabalham em multinacionais. Já
em Finanças, o levantamento mostra que 30% dos alunos têm experiência profissional de 1 a 3 anos. A idade
média está entre 30 e 34
anos. No MBA Executivo,
58% dos alunos são casados,
enquanto na área de Finanças, a maioria dos alunos,
60%, são solteiros.
INVESTIMENTO
Luiz Fernando Edmond,
diretor-geral da AmBev para
a América Latina, diz que a
cervejaria abrirá mais duas
fábricas neste ano, uma em
Minas e outra no Norte
(Amazonas ou Pará). A companhia tem hoje 26 fábricas.
CAMPO
Xavier Rambaud, CIO da
Rhodia, desembarca em São
Paulo para participar, no dia
26, do seminário Brasil Outsourcing e Captive Centers
2008. Na sua apresentação,
falará que o Brasil ainda tem
campo para explorar sua
competitividade internacional em offshore e outsourcing dos serviços de TI.
com ISABELLE MOREIRA LIMA, JOANA CUNHA e CRISTIANE BARBIERI
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