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BHP eleva para US$ 147 bi oferta por rival Rio Tinto
Negócio põe pressão para Vale adquirir Xstrata
DA REDAÇÃO
A mineradora anglo-australiana BHP Billinton aumentou
ontem para US$ 147,4 bilhões a
sua oferta pela rival Rio Tinto,
em um negócio que envolve as
duas maiores empresas do setor em valor de mercado. Caso
concretizada, a aquisição será a
segunda maior da história, superada apenas pela compra da
Mannesmann pela Vodafone,
em 1999.
A nova proposta é de 3,4
ações da BHP para cada 1 da
concorrente -em novembro,
ela oferecia 3 ações por 1, e o valor girava entre US$ 110 bilhões
e US$ 140 bilhões. E os acionistas da Rio Tinto ficarão, se ela
for aprovada, com 44% do controle da nova companhia, ante
41% da oferta anterior.
O presidente-executivo da
BHP, Marius Kloppers, afirmou ontem que ainda não tinha conversado com a direção
da Rio Tinto, mas disse acreditar que a proposta deve receber
um amplo apoio. "Acreditamos
que a oferta seja atrativa." As
ações da BHP caíram 4,14% ontem na Bolsa de Nova York, e as
da Rio Tinto, 2,47%, antes do
anúncio da oferta.
O negócio deve elevar a pressão para a brasileira Vale do Rio
Doce (a terceira maior do mundo em valor de mercado) fechar
acordo com a mineradora suíça
Xstrata, em uma operação que
deve girar em torno de US$ 90
bilhões. A brasileira é a maior
produtora de minério de ferro
do mundo, mas as australianas
têm a vantagem da menor distância nas negociações com a
China, o que reduz seus preços.
Um acordo entre BHP e Rio
Tinto elevaria seu poder de
barganhas nas negociações
com os chineses.
A primeira oferta pela Rio
Tinto, em novembro, foi recusada pela concorrente, e os órgãos reguladores do Reino Unido, onde as duas empresas negociam suas ações, deram até
hoje para a BHP apresentar
uma nova proposta. Na época, o
presidente-executivo da Rio
Tinto, Tom Albanese, afirmou
que a oferta estava "há vários
estádios de distância" do que o
seu grupo aceitaria.
Desde então, Albanese vem
dizendo que as perspectivas de
crescimento da Rio Tinto estão
sendo subvalorizadas. A mineradora, que também é anglo-australiana, considera que tem
mais possibilidades de expansão caso continue independente.
Uma das novidades em relação à proposta anterior é que
uma estatal chinesa agora faz
parte dos acionistas da Rio Tinto. Na semana passada, a Chinalco (Aluminium Corporation
of China) e a americana Alcoa
anunciaram a compra por pouco mais de US$ 14 bilhões 12%
das ações da mineradora. A
maior parte do investimento
será realizado pela empresa
chinesa, já que a Alcoa disse
que colocou US$ 1,2 bilhão no
negócio.
O negócio foi visto como um
desejo do governo chinês de
impedir a compra da Rio Tinto
pela BHP. O governo chinês teme que a fusão das duas mineradoras possa aumentar os preços das commodities, especialmente do minério de ferro, que
é fundamental para a industrialização do país. Os altos preços
do minério têm feito Pequim
buscar alternativas, como a exploração de minas na África e
também na Ásia.
A Alcoa e a Chinalco afirmaram após o negócio que "no
momento" não pretendem fazer uma oferta pela Rio Tinto,
mas que se reservam o direito
de realizar ou participar de
uma nos próximos seis meses.
Segundo o "Financial Times",
os chineses poderiam ainda negociar com a BHP uma participação na proposta pela concorrente.
O governo australiano afirmou ontem que poderá revisar
a venda da participação na Rio
Tinto para a Chinalco e Alcoa.
Com agências internacionais
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