São Paulo, sábado, 06 de fevereiro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Teles mudam de discurso após reunião com o governo

Empresas pregam conciliação sobre banda larga popular

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois de se reunirem com o governo, as concessionárias de telefonia fixa mudaram o discurso em relação ao Plano Nacional de Banda Larga. Depois das críticas fortes, o tom agora é de conciliação. "O governo tem um plano bacana, a gente vai contribuir", disse Luiz Eduardo Falco, presidente da Oi, após reunião na Casa Civil.
O presidente da Telefônica, Antônio Carlos Valente, que também participou, emitiu opiniões semelhantes. "A reunião foi muito produtiva. Tivemos oportunidades de apresentar uma série de sugestões e contribuições. Vejo com muito otimismo os passos subsequentes", afirmou.
Na semana passada, o discurso era bem diferente. Evitando se expor individualmente, as empresas havia classificado de "loucura" o plano do governo, principalmente a parte que envolve o fortalecimento da Telebrás e seu uso para gerir uma rede de fibras óticas. Para criticar o programa, as empresas usaram a Abrafix (Associação Brasileira das Concessionárias de Serviço Telefônico Fixo Comutado).
Ontem, após a reunião, até mesmo essa hipótese era vista com menos antipatia. "O governo fala que tem um ativo, e tem mesmo, e vai utilizá-lo para fazer o plano, o que é ótimo. A gente devia usar todos os ativos que o Brasil tem. Os do governo e os não do governo", argumentou Falco.
Já assumindo o possível ressurgimento da Telebrás como fato consumado, o setor privado agora tenta garantir que ela concorra nas mesmas condições. "Havendo isonomia, será apenas mais um competidor", disse Valente, da Telefônica.
Para garantir a participação das empresas no plano, o governo deverá anunciar um pacote de benefícios tributários que incentivem a oferta de banda larga em locais onde hoje a operação não é economicamente atrativa.
Em carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na qual pediam uma audiência, as empresas reclamavam a liberação dos recursos do Fust (Fundo para Universalização dos Serviços de Telecomunicações) para programas de universalização.
Na carta, assinada por Antonio Carlos Valente, que também preside a Telebrasil (associação que reúne as operadoras), elas dizem que o Fust deveria ser usado justamente para "redução de desigualdades entre regiões, classes sociais e áreas urbanas e rurais".


Texto Anterior: Comércio: Governo reduz imposto para máquinas
Próximo Texto: Trabalho: Emprego terá recorde em janeiro, diz Lupi
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.