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Teles mudam de discurso após reunião com o governo
Empresas pregam conciliação sobre banda larga popular
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de se reunirem com o
governo, as concessionárias de
telefonia fixa mudaram o discurso em relação ao Plano Nacional de Banda Larga. Depois
das críticas fortes, o tom agora
é de conciliação. "O governo
tem um plano bacana, a gente
vai contribuir", disse Luiz
Eduardo Falco, presidente da
Oi, após reunião na Casa Civil.
O presidente da Telefônica,
Antônio Carlos Valente, que
também participou, emitiu opiniões semelhantes. "A reunião
foi muito produtiva. Tivemos
oportunidades de apresentar
uma série de sugestões e contribuições. Vejo com muito otimismo os passos subsequentes", afirmou.
Na semana passada, o discurso era bem diferente. Evitando
se expor individualmente, as
empresas havia classificado de
"loucura" o plano do governo,
principalmente a parte que envolve o fortalecimento da Telebrás e seu uso para gerir uma
rede de fibras óticas. Para criticar o programa, as empresas
usaram a Abrafix (Associação
Brasileira das Concessionárias
de Serviço Telefônico Fixo Comutado).
Ontem, após a reunião, até
mesmo essa hipótese era vista
com menos antipatia. "O governo fala que tem um ativo, e tem
mesmo, e vai utilizá-lo para fazer o plano, o que é ótimo. A
gente devia usar todos os ativos
que o Brasil tem. Os do governo
e os não do governo", argumentou Falco.
Já assumindo o possível ressurgimento da Telebrás como
fato consumado, o setor privado agora tenta garantir que ela
concorra nas mesmas condições. "Havendo isonomia, será
apenas mais um competidor",
disse Valente, da Telefônica.
Para garantir a participação
das empresas no plano, o governo deverá anunciar um pacote de benefícios tributários
que incentivem a oferta de banda larga em locais onde hoje a
operação não é economicamente atrativa.
Em carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
na qual pediam uma audiência,
as empresas reclamavam a liberação dos recursos do Fust
(Fundo para Universalização
dos Serviços de Telecomunicações) para programas de universalização.
Na carta, assinada por Antonio Carlos Valente, que também preside a Telebrasil (associação que reúne as operadoras), elas dizem que o Fust deveria ser usado justamente para "redução de desigualdades
entre regiões, classes sociais e
áreas urbanas e rurais".
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