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Notícia favorece os emergentes
ÉRICA FRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL
Mercado de trabalho ruim nos
Estados Unidos é sinônimo de sobrevida da continuação do fluxo
de capitais para países emergentes, como o Brasil. Não por acaso,
o risco-país brasileiro caiu ontem
com a divulgação da notícia de
que o número de novas vagas geradas para trabalhadores norte-americanos, em fevereiro passado, ficou novamente aquém do
esperado.
Embora a economia norte-americana venha se recuperando desde o ano passado, a estagnação do
mercado de trabalho deverá continuar sendo um freio adicional à
elevação de juros no país.
Isso ocorre por duas razões
principais. Em primeiro lugar, o
próprio ritmo da retomada econômica fica ameaçado pelo desempenho ruim do mercado de
trabalho. Sem a recuperação no
nível de emprego, a perspectiva
de que o início da expansão seja
sustentado por crescimento do
consumo é colocada em xeque.
Essas dúvidas sobre a solidez da
retomada tendem a levar o Fed
(Federal Reserve, banco central
norte-americano) a manter os juros baixos por mais tempo.
Como o consumo não deve aumentar nem tampouco os custos
das empresas -já que não está
ocorrendo um boom de novas
contratações-, as possibilidades
de pressão inflacionária são mais
remotas. Essa é outra razão para
que a esperada alta de juros nos
EUA demore ainda algum tempo.
Para os investidores, isso significa que as oportunidades de ganhos no mercado norte-americano continuarão modestas, o que
tende a continuar alimentando o
fluxo de recursos para ativos de
países emergentes, que oferecem
retornos altos aos investidores.
Mas analistas mantêm suas expectativas de que, até o próximo
ano, os juros norte-americanos
deverão subir, o que representará
uma inversão dessa tendência.
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