São Paulo, sábado, 06 de março de 2004

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Notícia favorece os emergentes

ÉRICA FRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL

Mercado de trabalho ruim nos Estados Unidos é sinônimo de sobrevida da continuação do fluxo de capitais para países emergentes, como o Brasil. Não por acaso, o risco-país brasileiro caiu ontem com a divulgação da notícia de que o número de novas vagas geradas para trabalhadores norte-americanos, em fevereiro passado, ficou novamente aquém do esperado.
Embora a economia norte-americana venha se recuperando desde o ano passado, a estagnação do mercado de trabalho deverá continuar sendo um freio adicional à elevação de juros no país.
Isso ocorre por duas razões principais. Em primeiro lugar, o próprio ritmo da retomada econômica fica ameaçado pelo desempenho ruim do mercado de trabalho. Sem a recuperação no nível de emprego, a perspectiva de que o início da expansão seja sustentado por crescimento do consumo é colocada em xeque.
Essas dúvidas sobre a solidez da retomada tendem a levar o Fed (Federal Reserve, banco central norte-americano) a manter os juros baixos por mais tempo.
Como o consumo não deve aumentar nem tampouco os custos das empresas -já que não está ocorrendo um boom de novas contratações-, as possibilidades de pressão inflacionária são mais remotas. Essa é outra razão para que a esperada alta de juros nos EUA demore ainda algum tempo.
Para os investidores, isso significa que as oportunidades de ganhos no mercado norte-americano continuarão modestas, o que tende a continuar alimentando o fluxo de recursos para ativos de países emergentes, que oferecem retornos altos aos investidores.
Mas analistas mantêm suas expectativas de que, até o próximo ano, os juros norte-americanos deverão subir, o que representará uma inversão dessa tendência.



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