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Meta do plano de banda larga é reduzida
Objetivo inicial de levar serviço de internet rápida a 3.200 municípios até o final do governo Lula é reduzido para 200
Problemas com a rede de fibras ópticas da Eletronet
e oposição das empresas
de telecomunicações emperram o programa
Fernando Donasci - 12.fev.2007/Folha Imagem
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Cibercafé na cidade de Milagres, na Bahia; plano do governo para popularizar banda larga atrasa
VALDO CRUZ
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
De um plano ambicioso para
ser implementado ainda no governo Lula, atingindo inicialmente cerca de 3.200 municípios na atual administração, o
Plano Nacional de Banda Larga
(PNBL) deve chegar a só cerca
de 200 cidades até o fim do ano.
Isso se não houver novos adiamentos, o que pode, inclusive,
fazer com que nessas cidades
haja só testes até dezembro.
Internamente, os técnicos
responsáveis pelo sistema atribuem boa parte do atraso a
duas questões: a pendência jurídica envolvendo a rede federal da Eletronet (fibras ópticas
instaladas nas linhas de transmissão de energia) e a pressão
das empresas de telecomunicações que são contra a criação de
uma rede pública de banda larga em todo o país.
As duas questões opuseram
setores do governo. O grupo ligado à Casa Civil e ao Planejamento ganhou a disputa, que tinha do outro lado o Ministério
das Comunicações e as empresas privadas. Com isso, o governo manteve a decisão de retomar na Justiça a rede da Eletronet, o que ocorreu, na primeira
instância, no final do ano passado, e optou pelo uso de uma
estatal para administrar a rede
(provavelmente a Telebrás).
Apesar dos atrasos na definição do programa, que se arrasta
desde o primeiro mandato de
Lula, o governo atual espera
montar ao menos sua espinha
dorsal, ou seja, a estrutura de
cabos de fibras ópticas interligando boa parte do país.
A ideia é montar uma rede de
16 mil quilômetros, interligando Sul, Sudeste, parte do Centro-Oeste e boa parte do Nordeste, regiões já conectadas por
meio dos cabos que estavam
em poder da Eletronet. O Norte
ficaria para uma segunda etapa.
Pela última versão do programa a ser analisado por Lula em
reunião programada para o início de abril, quando a ministra
Dilma Rousseff (Casa Civil) já
terá saído do governo, a proposta é que o preço da banda
larga chegue ao consumidor final a R$ 35 para conexão de 512
kbps, com a cobrança de ICMS.
Nos Estados que isentam o serviço, ficaria na casa de R$ 26.
Inicialmente, a ideia do governo é usar a Telebrás como
reguladora do mercado. Dessa
forma, ela ofertaria a rede de fibras ópticas da Eletronet no
atacado para outras empresas,
que concorreriam com as teles
atuais na oferta de banda larga
ao consumidor final.
No entanto, onde o preço
médio de mercado seja superior em 50% ou mais ao praticado na capital mais próxima, a
Telebrás atuaria na ponta, chegando ao consumidor final.
Para técnicos do governo, o
principal entrave ao plano
sempre veio das empresas do
setor, inclusive no caso da Eletronet, cujo uso da rede sempre
foi criticado pelas teles.
O motivo seria o fato de que a
futura rede pública competirá
com as empresas de telecomunicações, levando banda larga a
boa parte dos domicílios, criando o risco de reduzir ainda mais
o mercado de telefonia fixa no
país. Afinal, a tendência é que
as casas de baixa renda com conexão de banda larga passem a
usar sistemas da internet para
falar por telefone.
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