São Paulo, sábado, 06 de março de 2010

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Bolsa de SP avança 1,52% e zera as perdas no ano

Estrangeiro volta e eleva giro; dólar cai para R$ 1,787

EPAMINONDAS NETO
DA FOLHA ONLINE

A Bolsa de Valores de São Paulo subiu 3,52% nesta semana e zerou as perdas registradas no ano, com a redução gradual nas dúvidas quanto à solvência da Grécia. No ano, a Bolsa tem agora alta de 0,38%.
No Brasil, a safra de balanços do quarto trimestre continua bem recebida pelos analistas, que renovaram a expectativa de recuperação nos lucros neste ano. O maior entusiasmo, no entanto, veio com a perspectiva, ainda não confirmada, de reajuste acima de 50% nos preços do minério de ferro pela Vale. Na semana, as ações PNA da mineradora saltaram 6,52%, e as ON, 7,63%.
Ontem, a Bolsa de Valores de São Paulo teve, pela primeira vez em semanas, um dia de forte alta combinada com um giro expressivo de negócios, o que levou o Ibovespa, "termômetro" do mercado, a entrar em terreno positivo neste ano. Investidores estrangeiros voltaram a buscar ações brasileiras, após dois meses em que preferiram vender a comprar os papéis locais.
A notícia que ajudou a melhorar o humor dos mercados e aumentar o apetite por risco dos investidores veio dos EUA. O governo revelou que a perda de postos de trabalho foi de 36 mil em fevereiro, quando muitos esperavam 50 mil ou mais.
Com isso, o Ibovespa subiu ontem 1,52% no fechamento dos negócios. Nos EUA, a Bolsa de Nova York teve alta de 1,17% no índice Dow Jones, enquanto a Nasdaq subiu 1,48%.
Outro sinal positivo comentado por analistas foi o giro financeiro do dia. No jargão de mercado, a Bolsa "subiu com volume": mais de R$ 8 bilhões foram negociados ontem, bem acima da média de R$ 6,5 bilhões vista no mês passado. Quase R$ 1,3 bilhão desse total foi movimentado somente em ações (preferenciais) da Vale, que subiram ontem 2,93%.
Parte desses R$ 8 bilhões ficou por conta dos estrangeiros, que tinham se retirado da Bolsa brasileira nos meses de janeiro e fevereiro, perdendo participação para os investidores individuais domésticos e os fundos de pensão. Os estrangeiros eram responsáveis por cerca de um terço dos negócios, mas essa fatia caiu para 27,83% no mês de fevereiro.
Os próximos IPOs [ofertas iniciais de ações] previstos no país devem ser outra força de atração para esses investidores. Muitos atribuem a recente queda da taxa de câmbio a estrangeiros que aplicaram em moeda brasileira para comprar esses papéis.
Os mercados se concentraram ontem sobre as notícias dos EUA, mas não tiraram do radar a situação na zona do euro. Às voltas com uma crise financeira, a Grécia ainda preocupa, mas há expectativas de que a União Europeia possa anunciar um pacote de resgate.
"Se realmente esse pacote de ajuda for anunciado, deve haver um período de tranquilidade nas Bolsas, pelo menos no curtíssimo prazo. No médio prazo, é difícil dizer. A Europa ainda é o foco, e novos problemas podem surgir, inclusive em economias até mais representativas do que a grega", afirma Felipe Casotti, economista da Máxima Asset Management.

Câmbio
Em dia de trégua da crise mundial, as cotações da moeda americana voltaram a cair no mercado de câmbio brasileiro. Operadores notaram um aumento na entrada de divisas, que fizeram a taxa cair em três dos cinco dias deste mês. Dessa forma, o dólar comercial encerrou a semana cotado a R$ 1,787, em uma queda de 0,28% -na semana, a baixa é de 1,11%.
Lá fora, o euro se recuperou e atingiu US$ 1,36.


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