São Paulo, terça-feira, 06 de abril de 2004

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SOJA

Com praga enfraquecida, Estado vê produtividade subir 35% ante a última safra

Ferrugem foi controlada, diz Bahia

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

A "ferrugem da soja" (mal que se originou na Ásia), responsável pela perda de 95 mil toneladas do produto na Bahia no ano passado, foi controlada no Estado com ações simples -treinamento e capacitação de agentes, distribuição de 5.000 cartilhas para os produtores rurais, campanha de combate à praga e monitoramento das lavouras afetadas.
"A Bahia é o único Estado que está praticamente livre da praga", disse o assessor de agronegócio da Aiba (Associação de Agricultores e Irrigantes do Oeste da Bahia), Ivanir Maia.
Segundo ele, o Estado deverá registrar a maior média de produção em todo o país -2,3 milhões de toneladas na safra 2003/04, que já começou a ser colhida (a colheita no ano passado foi de 1,5 milhão de tonelada).
"As boas condições climáticas e a alta produtividade vão proporcionar um aumento significativo na produção, deixando para trás o ano passado, quando os produtores baianos tiveram um prejuízo de aproximadamente R$ 300 milhões", disse Maia.

Resistência
Apesar de anunciar o controle da "ferrugem da soja", técnicos do governo encontraram a praga recentemente em algumas fazendas localizadas nos municípios de São Desidério, Barreiras, Riachão das Neves, Formosa do Rio Preto, Correntina, Baianópolis e Luís Eduardo Magalhães.
Em todo o Estado, a plantação do produto ocupa uma área de 850 mil hectares.
"A praga está presente somente em algumas propriedades. O importante é que não oferece mais riscos à produção e à colheita", disse Cássio Peixoto, diretor da Adab (Agência de Defesa Agropecuária da Bahia).
No ano passado, em todo o Brasil, a "ferrugem da soja" atingiu cerca de 60% das lavouras. A praga, disseminada pela ação do vento, deixa as folhas das plantas com uma cor amarela, semelhante à ferrugem, provocando a redução da produtividade.
Logo que souberam da proliferação da doença no Brasil, os Estados Unidos propuseram uma série de medidas de quarentena no comércio da soja e derivados com o país. "Com a mobilização de toda a comunidade, conseguimos controlar a doença", disse Peixoto.

Melhoria
A produtividade também aumentou muito na Bahia com o controle da "ferrugem da soja".
Em média, cada produtor está colhendo 2.800 quilos por hectare, um aumento de 35% em relação ao registrado no mesmo período do ano passado.
Além do crescimento da produtividade, os produtores baianos têm outro motivo para comemorar -o preço. "Estamos comercializando a soja por R$ 47 [60 quilos]", disse Mário Meirelles, pesquisador da Fundação Bahia. No ano passado, o produto foi vendido por R$ 32.
Cássio Peixoto disse também que as pesquisas de monitoramento climático e a experimentação de variados fungicidas também foram responsáveis pelo controle da praga.


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