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SOJA
Com praga enfraquecida, Estado vê produtividade subir 35% ante a última safra
Ferrugem foi controlada, diz Bahia
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
A "ferrugem da soja" (mal que
se originou na Ásia), responsável
pela perda de 95 mil toneladas do
produto na Bahia no ano passado,
foi controlada no Estado com
ações simples -treinamento e
capacitação de agentes, distribuição de 5.000 cartilhas para os produtores rurais, campanha de
combate à praga e monitoramento das lavouras afetadas.
"A Bahia é o único Estado que
está praticamente livre da praga",
disse o assessor de agronegócio
da Aiba (Associação de Agricultores e Irrigantes do Oeste da Bahia), Ivanir Maia.
Segundo ele, o Estado deverá registrar a maior média de produção em todo o país -2,3 milhões
de toneladas na safra 2003/04, que
já começou a ser colhida (a colheita no ano passado foi de 1,5 milhão de tonelada).
"As boas condições climáticas e
a alta produtividade vão proporcionar um aumento significativo
na produção, deixando para trás o
ano passado, quando os produtores baianos tiveram um prejuízo
de aproximadamente R$ 300 milhões", disse Maia.
Resistência
Apesar de anunciar o controle
da "ferrugem da soja", técnicos
do governo encontraram a praga
recentemente em algumas fazendas localizadas nos municípios de
São Desidério, Barreiras, Riachão
das Neves, Formosa do Rio Preto,
Correntina, Baianópolis e Luís
Eduardo Magalhães.
Em todo o Estado, a plantação
do produto ocupa uma área de
850 mil hectares.
"A praga está presente somente
em algumas propriedades. O importante é que não oferece mais
riscos à produção e à colheita",
disse Cássio Peixoto, diretor da
Adab (Agência de Defesa Agropecuária da Bahia).
No ano passado, em todo o Brasil, a "ferrugem da soja" atingiu
cerca de 60% das lavouras. A praga, disseminada pela ação do vento, deixa as folhas das plantas com
uma cor amarela, semelhante à
ferrugem, provocando a redução
da produtividade.
Logo que souberam da proliferação da doença no Brasil, os Estados Unidos propuseram uma
série de medidas de quarentena
no comércio da soja e derivados
com o país. "Com a mobilização
de toda a comunidade, conseguimos controlar a doença", disse
Peixoto.
Melhoria
A produtividade também aumentou muito na Bahia com o
controle da "ferrugem da soja".
Em média, cada produtor está
colhendo 2.800 quilos por hectare, um aumento de 35% em relação ao registrado no mesmo período do ano passado.
Além do crescimento da produtividade, os produtores baianos
têm outro motivo para comemorar -o preço. "Estamos comercializando a soja por R$ 47 [60
quilos]", disse Mário Meirelles,
pesquisador da Fundação Bahia.
No ano passado, o produto foi
vendido por R$ 32.
Cássio Peixoto disse também
que as pesquisas de monitoramento climático e a experimentação de variados fungicidas também foram responsáveis pelo
controle da praga.
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