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Mudar economia seria "loucura", diz Mantega
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Uma semana depois de assumir
o lugar do ministro mais forte do
governo Lula, Guido Mantega
(Fazenda) disse que reina a "total
normalidade na economia do
país", com os mercados financeiros operando tranqüilamente,
Bolsa em alta e risco Brasil em
queda. "O risco-país continua
caindo apesar do ministro da Fazenda", comentou, ironizando
críticas de que sua nomeação para
o cargo traria instabilidade.
Descartando qualquer mudança de rumo na política que já vinha sendo implementada, ele disse que "inflexão é uma palavra
que não existe no meu vocabulário". Isso porque, segundo ele,
não há razão para mudar o que
está dando certo. "Seria uma loucura [alterar a política econômica]. Ninguém rasga nota de R$
100 neste ministério. Se a política
econômica estivesse dando resultado ruim, mas está dando certo",
reagiu ao ser questionado sobre
ajustes durante a sua gestão.
O ministro voltou a afirmar que
é o "fiador" do ajuste fiscal. Bem-humorado, ele disse acreditar
que, depois de uma semana repetindo seguidas vezes seu compromisso com controle fiscal, é possível deixar de lado os indicadores
financeiros, que são mais sensíveis à troca de nomes na equipe
econômica, para comemorar os
bons dados da economia real.
"A indústria está dando sinais
de vigor, crescendo 4,5% em relação ao primeiro bimestre do ano
passado. Estamos na rota de crescimento", destacou, ressaltando
que a alta no segmento de máquinas reflete reaquecimento também de investimentos.
A alta da taxa de investimento
do setor produtivo é necessário
para que a economia possa crescer sem risco de pressões sobre a
inflação. "Tudo isso está prenunciando que 2006 será um ano bom
para a produção. Na minha opinião, a indústria poderá crescer
6% neste ano e puxar outros setores de forma a termos um crescimento do PIB em torno de 4,5%."
Na avaliação do ministro, a economia brasileira encontra-se na
"melhor das situações", pois "a
indústria está crescendo, a inflação caindo, os juros caindo e o
crédito está disponível para quem
quiser investir". Mantega comemorou ainda o fato de, ao contrário do que aconteceu em anos anteriores, o Brasil já estar começando 2006 com um ritmo forte do
nível de atividade.
Na posse do novo presidente do
BNDES, Demian Fiocca, o ministro da Fazenda atribuiu a "solidez
e o vigor" do crescimento econômico à "revolução" no sistema de
crédito realizada pelo governo
Lula.
Questionado se o nível das reservas internacionais está muito
baixo, Mantega inicialmente disse
que esse não era um assunto sobre o qual ele devesse se pronunciar. Em seguida, no entanto, afirmou que o Tesouro Nacional e o
Banco Central continuarão com a
atual política de recomposição
das reservas.
No início da noite, Mantega disse que o atual secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, deverá
permanecer no posto.
(SHEILA D'AMORIM E JULIANNA SOFIA)
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