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Arrecadação sobe 20% no setor de bebidas
Após controle mais rígido nas fábricas de refrigerantes, cervejas e água mineral, Receita Federal recolhe mais tributos
Para o fisco, novo sistema ajudou a reduzir sonegação; fabricantes dizem que a alta também reflete aumento das vendas do setor
CLAUDIA ROLLI
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
A arrecadação de impostos
federais do setor de bebidas aumentou 20% no ano passado,
após a Receita Federal controlar a produção de cervejas, refrigerantes e água mineral com
a instalação do Sicobe (Sistema
de Controle de Produção de Bebidas) em 108 fábricas no país.
No ano passado, a indústria do
setor pagou R$ 8 bilhões em
impostos federais e estaduais,
segundo o fisco federal.
O incremento de 20% na arrecadação de tributos federais
-IPI, PIS e Cofins- ocorreu
porque o Sicobe inibiu a sonegação fiscal no setor, segundo
Otacílio Cartaxo, secretário da
Receita Federal.
Para os fabricantes de bebidas, essa alta na arrecadação
também é reflexo do aumento
das vendas de bebidas e de impostos com mudanças na legislação tributária do setor -em
2009, a arrecadação de impostos passou a considerar preço e
volume de vendas; até então, a
tributação era feita sobre o volume de vendas das fábricas.
"Houve ganho importante na
arrecadação do setor de bebidas com essa forma mais avançada de controle da produção,
que é o Sicobe. Na área tributária, existem certos instrumentos de elisão fiscal que, com
controles eficientes, como esse,
são afastados. Com o Sicobe é
possível ter, em tempo real, um
controle mais confiável e seguro [da produção de cada bebida]", diz Cartaxo.
Elisão fiscal é quando o contribuinte busca brechas na lei
para pagar menos impostos.
Estabelecido na lei nº 11.827,
de 2008, o Sicobe permite à Receita Federal acompanhar, em
tempo real, a produção de bebidas no país por meio de equipamentos (contadores) que possibilitam o registro, a gravação
e a transmissão das informações para a sua base de dados.
Segundo o secretário, o sistema é mais eficiente porque permite fazer o "rastreamento individual" de cada bebida produzida no país. No ano passado,
por exemplo, a Receita informa
ter controlado a produção de
11 bilhões de litros de cerveja e
de 13 bilhões de litros de refrigerantes -o que corresponde a
um faturamento de R$ 30 bilhões- nas 108 fábricas, de
grande e médio portes, que já
contam com o Sicobe.
Desde janeiro deste ano,
mais 17 fabricantes instalaram
os equipamentos de controle, e
outros 25 já foram intimados a
colocá-los até o final de junho.
"Começamos pelos grandes e
vamos descendo na escala, para
os médios e os pequenos fabricantes. Em 2011, deve ser concluída a instalação nos pequenos", afirma.
As empresas são intimadas
pela Receita para, em uma primeira etapa, preparar os estabelecimentos para receber os
contadores de produção. Em
seguida, têm prazo de 60 a 90
dias para concluir a instalação,
que é de responsabilidade da
Casa da Moeda e supervisionada pelo fisco. "[Ser intimadas]
não significa que estão sendo
fiscalizadas e, sim, que estão
em processo de instalação do
sistema", diz Cartaxo.
Até o final deste ano, o Sicobe
deverá ser instalado em mais
120 fabricantes -sem custo para as empresas, segundo a Receita Federal.
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