São Paulo, terça-feira, 06 de abril de 2010

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Bolsa de SP atinge pico em 22 meses

Dados americanos ajudam na alta; dólar cai a R$ 1,763

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A semana começou com mais um pregão de ganhos na Bolsa de Valores de São Paulo. Sem a referência do mercado europeu, fechado devido a um feriado, a BM&FBovespa repercutiu os dados econômicos positivos apresentados nos Estados Unidos ontem. A Bolsa doméstica fechou em alta de 0,22%, aos 71.289 pontos, seu mais elevado patamar em 22 meses.
O mercado de câmbio foi marcado pela depreciação do dólar. Após bater em R$ 1,754 na mínima, o dólar encerrou a R$ 1,763, com recuo de 0,34%.
"Os mercados repercutiram, nessa abertura de semana, os números do mercado de trabalho norte-americano, divulgados na última sexta-feira, quando as principais Bolsas de Valores estavam fechadas", afirmou Silvio Campos Neto, economista do Banco Schahin.
Para ajudar na manutenção do clima favorável, foi divulgado ontem nos EUA que vendas pendentes de moradias subiram em fevereiro. Além disso, o índice de atividade do setor de serviços americano, medido pelo instituto ISM, subiu em março, atingindo sua máxima em quase quatro anos.
O índice Dow Jones, que reúne 30 das mais negociadas ações de empresas norte-americanas, subiu 0,43%. Para a Bolsa eletrônica Nasdaq, o dia foi de apreciação de 1,12%.
"Outro ponto de destaque foi a permanência de Henrique Meirelles na presidência do BC. Esse fato representa um importante sinal de manutenção das diretrizes básicas da política monetária, algo crucial em um momento em que surgiam ruídos diante de incertezas sobre os efeitos de uma possível transição no comando do BC", disse Campos Neto.
O pregão não foi mais animador devido ao recuo registrado pelas ações da Vale. O papel PNA da companhia, que acumula alta de 18% no ano, terminou com baixa de 0,32%. A ação foi a mais negociada do dia, com quase 10% do giro total.
Para os papéis da Petrobras, o pregão foi de ganhos: o PN subiu 0,72%, e o ON, 0,62%.
Com o retorno do apetite dos investidores estrangeiros, a BM&FBovespa tem conseguido ganhar fôlego para tentar retomar seu pico histórico, que foram os 73.516 pontos registrados em 20 de maio de 2008.
Em março, o saldo das operações realizadas com capital externo na Bolsa ficou positivo em R$ 3,15 bilhões -maior cifra desde setembro passado.
Mas, apesar do volume forte de compras, a participação dos estrangeiros no pregão caiu para 25,8% do total em março, contra 27,8% no mês anterior.


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