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São Paulo, terça-feira, 06 de maio de 2003

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BC argentino negocia com FMI para emitir mais pesos e controlar dólar

ELAINE COTTA
DE BUENOS AIRES

O Banco Central argentino negocia com o FMI (Fundo Monetário Internacional) uma autorização para emitir moeda e assim ampliar a base monetária do país em 3 bilhões de pesos (cerca de US$ 1 bilhão).
A intenção é aumentar o poder de intervenção no mercado de câmbio, conter a apreciação do peso -que prejudica as exportações- e reforçar o nível das reservas internacionais do país, que, no dia 30 de abril, somavam US$ 10,9 bilhões.
Segundo a imprensa argentina, o tema foi tratado em reuniões entre técnicos do governo e os membros da missão do Fundo que está no país. O assunto, no entanto, já havia sido discutido há três semanas durante uma visita do ministro da Economia, Roberto Lavagna, a Washington.
Analistas ouvidos pela Folha afirmam que o FMI deverá aceitar o pedido argentino porque entende que a compra de dólares reforçaria as reservas internacionais do país. Dessa forma, a Argentina poderia voltar em breve a honrar sua dívida externa, cujos pagamentos estão suspensos desde dezembro de 2001. O pedido foi feito à missão do Fundo que chegou ao país na última semana para auditar as contas do governo.
A Argentina e o Fundo assinaram um acordo no final do ano passado que vence em agosto.
Nesse programa provisório, o governo se comprometeu a atingir um superávit primário -diferença das receitas e despesas do governo, sem incluir o pagamento de juros- de 2,5% do PIB (Produto Interno Bruto -soma dos valores de todos os bens e produtos produzidos no país).
Ontem, o Banco Central argentino fez uma intervenção de 76,5 milhões de pesos no mercado de câmbio e fez com que a moeda norte-americana terminasse o dia cotada a 2,82 pesos para venda, ligeira alta de 0,3%, o menor patamar em um ano.
Desde março, as intervenções do BC argentino no mercado de câmbio somam 776,7 milhões de pesos, segundo dados do próprio BC. Mesmo assim, no ano, o dólar negociado na Argentina acumula queda superior a 16%.


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