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BC argentino negocia com FMI para
emitir mais pesos e controlar dólar
ELAINE COTTA
DE BUENOS AIRES
O Banco Central argentino negocia com o FMI (Fundo Monetário Internacional) uma autorização para emitir moeda e assim
ampliar a base monetária do país
em 3 bilhões de pesos (cerca de
US$ 1 bilhão).
A intenção é aumentar o poder
de intervenção no mercado de
câmbio, conter a apreciação do
peso -que prejudica as exportações- e reforçar o nível das reservas internacionais do país, que,
no dia 30 de abril, somavam US$
10,9 bilhões.
Segundo a imprensa argentina,
o tema foi tratado em reuniões
entre técnicos do governo e os
membros da missão do Fundo
que está no país. O assunto, no entanto, já havia sido discutido há
três semanas durante uma visita
do ministro da Economia, Roberto Lavagna, a Washington.
Analistas ouvidos pela Folha
afirmam que o FMI deverá aceitar
o pedido argentino porque entende que a compra de dólares reforçaria as reservas internacionais do
país. Dessa forma, a Argentina
poderia voltar em breve a honrar
sua dívida externa, cujos pagamentos estão suspensos desde dezembro de 2001. O pedido foi feito
à missão do Fundo que chegou ao
país na última semana para auditar as contas do governo.
A Argentina e o Fundo assinaram um acordo no final do ano
passado que vence em agosto.
Nesse programa provisório, o
governo se comprometeu a atingir um superávit primário -diferença das receitas e despesas do
governo, sem incluir o pagamento de juros- de 2,5% do PIB
(Produto Interno Bruto -soma
dos valores de todos os bens e
produtos produzidos no país).
Ontem, o Banco Central argentino fez uma intervenção de 76,5
milhões de pesos no mercado de
câmbio e fez com que a moeda
norte-americana terminasse o dia
cotada a 2,82 pesos para venda, ligeira alta de 0,3%, o menor patamar em um ano.
Desde março, as intervenções
do BC argentino no mercado de
câmbio somam 776,7 milhões de
pesos, segundo dados do próprio
BC. Mesmo assim, no ano, o dólar
negociado na Argentina acumula
queda superior a 16%.
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