LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O Uruguai propôs a elaboração de um documento que impeça os integrantes do Mercosul de comprar produtos subsidiados de outros países.
O presidente uruguaio, Jorge Batlle, formalizará a proposta em reunião que terá no próximo dia 10, em Brasília, com Lula.
A proposta uruguaia, que tem como objetivo fortalecer o Mercosul, foi anunciada no último dia 29 pelo chanceler Didier Opertti.
"O Mercosul necessita ter um protocolo obrigatório sobre subsídios, que impeça os países do bloco de comprar bens subsidiados de terceiros países quando houver oferta interna suficiente para a demanda", disse ele.
O chanceler uruguaio diz esperar pelo resultado da eleição argentina. Caso o governador de Santa Cruz, Néstor Kirchner, seja o vencedor no segundo turno (dia 18), a expectativa é que estará armado o clima para a revitalização do Mercosul, especialmente porque Lula tem esse objetivo, e o presidente eleito do Paraguai, Nicanor Duarte Frutos, também.
Batlle chegou a enviar carta a Lula em que defendia a liberdade, dentro do Mercosul, para seus integrantes celebrarem acordos bilaterais fora do âmbito do bloco. A carta respondia à enviada por Lula antes aos presidentes do Mercosul. O presidente brasileiro dizia que Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai deveriam fortalecer o bloco econômico e tratar de assuntos como a Alca (Área de Livre Comércio das Américas) conjuntamente.
Batlle diz concordar com o teor da carta de Lula e quer as negociações sobre a Alca realizadas em bloco, mas alega que seu país tem economia pequena, o que torna essencial a liberdade para acordos bilaterais.
No último dia 23, o presidente do Uruguai se encontrou com o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush. O resultado desse encontro, em termos de negócios, deve ser a retomada da compra de carne uruguaia pelos EUA.


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