da Reportagem Local

O Bradesco concluiu ontem a captação de US$ 100 milhões no exterior. Essa é a terceira emissão de títulos feita pelo banco para levantar recursos no exterior em 1999, um sinal de que está havendo melhor receptividade aos papéis brasileiros pelos investidores estrangeiros.
"Os humores melhoraram lá fora", diz José Guilherme Lembi de Faria, diretor da área internacional do Bradesco. "Houve uma procura muito grande pelos papéis e tivemos que cortar alguns pedidos."
Antes da emissão de ontem, o Bradesco já havia captado US$ 200 milhões em 1999. Dessa vez, o custo de captação foi mais baixo. Nas emissões anteriores, o banco ofereceu papéis com pagamento de juros de 11,75% ao ano. Agora, a taxa ficou em 9,75%, com vencimento em um ano.
"Foi a primeira emissão feita por banco brasileiro esse ano com pagamento de taxa abaixo de 10% ao ano", diz Lembi. A taxa ainda é bem mais alta da que era paga pelos bancos brasileiros antes das crises da Rússia e da Ásia.
A emissão de ontem pode ser a primeira de um pacote bem maior planejado pelo banco. Ao vender os US$ 100 milhões, o Bradesco registrou nos organismos financeiros internacionais que o valor total da emissão poderia chegar a US$ 1 bilhão.
"Assim fica mais fácil voltar ao mercado internacional porque não teremos de repetir todo o processo burocrático. Se houver demanda, com certeza vamos fazer novas captações", diz Faria.
O registro feito pelo Bradesco prevê a possibilidade de novas emissões com vencimentos em prazos variados, de 90 dias a 5 anos. Outros bancos brasileiros estão programando novos lançamentos de títulos no exterior, também com prazos mais longos do que os obtidos até agora.
Os US$ 100 milhões foram levantados pelo Bradesco na forma de eurobonds, vendidos para investidores europeus (80%) e da América (20%). O dinheiro deverá ser repassado para financiamento de capital de giro de empresas brasileiras com dívida atrelada à variação cambial (resolução 63).
(RICARDO GRINBAUM)

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