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SINDICALISMO
Diretoria da entidade quer solucionar problema financeiro com renegociação de dívidas e empréstimos
Reestruturação do Dieese não terá demissão
SÉRGIO LÍRIO
da Reportagem Local
O Dieese, que presta assessoria
econômica a sindicatos, descartou
ontem a possibilidade de demitir
funcionários para resolver seu
problema financeiro.
Com um rombo de R$ 630 mil
em 96 e previsão de um déficit de
R$ 960 mil neste ano, a entidade
pretende reformular a cobrança
das mensalidades, ampliar seus
convênios com sindicatos e órgãos
públicos e aumentar o controle sobre suas despesas.
Além disso, a diretoria, reunida
há três dias em Atibaia (litoral de
São Paulo), decidiu pedir um empréstimo de R$ 250 mil a sindicatos associados para cobrir o caixa
no primeiro semestre.
A entidade teve um déficit de R$
344,4 mil nos primeiros quatro
meses deste ano.
"Nós já fizemos um corte no
quadro de pessoal em 89 e reduzimos em 20% nossa estrutura. Não
faz sentido demitir mais", justifica o presidente, João Carlos Gonçalves, o Juruna. O Dieese possui
hoje 203 funcionários.
Juruna afirma também que a diretoria tem convicção de que a crise financeira é temporária e que
medidas tomadas para conter o
déficit já estão tendo efeito.
No início do ano, o Dieese cortou
o pagamento de tíquete-alimentação e vale-transporte para os salários mais altos e passou a fazer um
controle rígido sobre outras despesas, como luz e telefone.
A diretoria também já visitou 86
sindicatos em todo o país para negociar o pagamento de mensalidades atrasadas, o maior problema
enfrentado hoje pela entidade.
Neste mês, o Dieese conseguiu
receber de sindicatos R$ 165 mil
em mensalidades vencidas.
Segundo Juruna, a entidade negocia com o governador Mário
Covas o ressarcimento de uma dívida de R$ 1,9 milhão do Estado de
São Paulo, que pode ser paga no
ano que vem.
Alterações
Além do empréstimo e da renegociação das dívidas, a diretoria
deve apresentar aos sindicatos,
durante assembléia amanhã em
São Paulo, uma proposta de alteração na cobrança das mensalidades.
A contribuição de cada sindicato
associado seria estabelecida sobre
a relação entre o número de trabalhadores da base e a massa salarial
de cada categoria.
Atualmente a mensalidade é calculada apenas sobre o número de
trabalhadores da base (cerca de R$
0,84/ano por trabalhador).
"Queremos corrigir distorções e
fazer com que os sindicatos nos
quais a base pequena, mas os salários são maiores, passem a contribuir mais", disse Juruna.
O presidente do Sindicato dos
Bancários de São Paulo, Ricardo
Berzoini, acha que o único perigo
dessa fórmula é a possibilidade de
os sindicatos sonegarem informações sobre a média salarial para
pagar uma mensalidade menor.
Para Berzoini, a solução é que a
mensalidade seja uma fatia do orçamento de cada um dos sindicatos associados.
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