|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Confecções torcem para o frio continuar
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
Os lojistas estão torcendo para
que a temperatura continue fria
até agosto para conseguirem vender toda a coleção de inverno.
As compras das roupas mais pesadas já começaram: nos primeiros dias deste mês, as vendas cresceram 4% em relação à última semana de maio, informa a Alshop,
associação que reúne os lojistas de
shoppings. Mas é pouco.
"O consumo está fraco. Não há
grande movimentação de compras por causa do frio ou do Dia
dos Namorados", diz Nabil Sahyoun, presidente da Alshop.
As confecções informam que
venderam para as lojas 150 milhões de peças para o inverno -o
mesmo volume do ano passado.
As lojas prevêem vender tudo se
o frio continuar intenso até agosto, quando começa a tradicional
liquidação de inverno.
"Só uma semana de frio não
ajuda as vendas. O consumidor
está bem mais cauteloso na hora
de gastar", afirma Álvaro Maluf
Jr., sócio-diretor da Colombo
Moda Masculina, com 50 lojas.
Segundo ele, a coleção de inverno da rede é do mesmo tamanho
da do ano passado, de 50 mil peças. Os preços, diz, são iguais aos
de 99. As promoções é que se intensificaram neste ano, afirma.
Até a metade deste mês, quem
comprar um terno de R$ 140 na
Colombo leva um segundo, por
R$ 99. "Isso é para estimular o
consumo."
A Camelo, especializada em
roupas masculinas, também vai
anunciar uma promoção nos próximos dias. A empresa aumentou
entre 8% e 10% a produção de
roupas para o inverno. Se não
vender tudo o que comprou enquanto a temperatura estiver
mais fria, pode até antecipar a liquidação.
Adriana Camello, diretora da
confecção, informa que os preços
das roupas subiram de 3% a 5%,
porque a empresa decidiu trabalhar com tecidos mais nobres.
Nos últimos 12 meses, segundo
a Fipe, os preços do vestuário subiram 2,11%. A inflação no período foi de 6,63%. "Nosso setor não
pressionou a inflação", diz Roberto Chadad, presidente da Abravest, que reúne as confecções.
Segundo ele, as lojas estão dando até mais prazo de pagamento
para o consumidor para vender
mais. No ano passado, diz, o parcelamento era de até três meses.
Neste ano chega a cinco meses.
A temperatura mais fria, segundo Marcelo Doll, diretor da C&A,
provoca apenas o deslocamento
das vendas. "Até agora não se
vendeu a coleção de inverno, que
atrasou neste ano."
A C&A, diz ele, comprou para
este inverno o mesmo volume de
mercadorias do ano passado.
"A inadimplência continua elevada, os juros dos bancos não caíram e as taxas do cartão de crédito
são muito altas. Não há razão,
portanto, para esperar por um
consumo maior."
A Associação Comercial de São
Paulo (ACSP) registrou entre os
dias 1º e 4 deste mês quedas de
17,1% nas consultas ao SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) e de
0,8% nas consultas ao Telecheque
em relação a igual período de 99.
Texto Anterior: Preços: Inflação em maio é de quase zero em SP Próximo Texto: Evento Folha: Ciclo aborda impacto da Net nas empresas Índice
|