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São Paulo, sexta-feira, 06 de junho de 2003

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DISTENSÃO

C-Bond volta a se valorizar e bate novo recorde, cotado a US$ 0,9150; risco-país recua para 747 pontos

Dólar cai para o menor valor em 11 meses

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Um tombo de 2,02% levou o dólar a seu menor valor em quase 11 meses. No mercado internacional, os C-Bonds alcançaram sua cotação recorde, vendidos a US$ 0,9150 no fim dos negócios.
O dólar fechou vendido a R$ 2,86, no menor preço do dia. A moeda norte-americana já iniciou o dia em queda, que ganhou força após a notícia da aprovação do texto básico da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. A relativa facilidade com que o governo conseguiu a aprovação do texto aumentou o otimismo do mercado em relação ao andamento das reformas.
Com a conclusão de mais uma captação de recursos no exterior por um banco brasileiro, o dólar não teve forças para se recuperar diante do real. Ontem foi a vez de o Banespa anunciar uma captação, de US$ 125 milhões. Na quarta-feira, o banco Votorantim havia captado US$ 180 milhões.
"Os rumores sobre a possibilidade de o governo aproveitar o momento para voltar a captar recursos no exterior cresceram ainda mais, o que ajudou a derrubar o dólar. O fato é que há compradores para títulos brasileiros, como mostra a escalada dos C-Bonds", afirma Alexandre Vasarhelyi, chefe da mesa de câmbio do banco ING.
Os C-Bonds, papéis mais negociados da dívida externa do Brasil, fecharam ontem com alta de 1,17%. No ano, os títulos acumulam valorização de 36,5%.
O risco-país, espécie de termômetro da confiança do investidor externo no Brasil, teve desvalorização de 3,5% e fechou em 747 pontos. Um dos efeitos da queda do risco é a diminuição do custo para conseguir empréstimos no mercado internacional.
Segundo Vasarhelyi, nem mesmo a maior procura de dólares por parte de importadores e instituições interessadas em "hedge", atraídos pela baixa cotação do dólar, tem sido suficiente para evitar o recuo da moeda. "O fluxo positivo tem mantido o dólar nos atuais níveis."
Na segunda-feira da semana passada, o dólar foi fortemente pressionado, fechando em R$ 3,03, após o Banco Central modificar as regras de rolagem de sua dívida cambial. O temor do mercado era que o BC passasse a rolar percentuais menores de sua dívida, o que resultaria em menor volume de "hedge" disponível no mercado. Mas, como isso não aconteceu -o BC rolou 95% de sua dívida nesta semana-, a pressão no câmbio diminuiu.


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