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Supermercados demitem mais de 1.700
Maior parte dos cortes vem ocorrendo no grupo Pão de Açúcar, que se reestrutura e adota um modelo mais "enxuto'
Queda nas vendas de alimentos afeta o desempenho das grandes redes; setor encolheu 2,5% até abril, diz associação
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
De janeiro a maio, o grupo
Pão de Açúcar, a maior rede varejista do país, demitiu 1.064
pessoas com mais de um ano de
trabalho na companhia só na
cidade de São Paulo. Apenas de
janeiro a março, em todo o Brasil, foram quase 1.500 pessoas
-o que equivale, por exemplo,
ao quadro de funcionários de
mais de três lojas da bandeira
de hipermercados Extra.
O corte de pessoal de janeiro
a maio deve ser superior a esse
número de 1.064 pessoas porque mais demissões podem ter
ocorrido fora da capital, informa o Secsp (Sindicato dos Comerciários de São Paulo).
Num momento de vendas
reais (com o mesmo número de
lojas) em queda, a rede confirma os cortes como um resultado de um processo de enxugamento da estrutura atual.
O grupo tinha 62.803 empregados em de 31 de dezembro de
2005. Ao final de março, o total
já havia caído para 61.344 pessoas, segundo balanço financeiro da rede. Logo, no primeiro
trimestre foram dispensados
1.459 funcionários no Brasil.
Esse número difere do apresentado pelo sindicato porque,
além de ser nacional, nele está
incluído o total de empregados
que foram dispensados com
menos de 12 meses de casa. O
sindicato só contabiliza homologação de trabalhadores com
mais de um ano de trabalho.
Nos cinco primeiros meses
de 2006, incluindo no saldo as
demissões de Wal-Mart e Carrefour, as grandes cadeias de
supermercados demitiram
1.694 trabalhadores até maio
na capital -sendo 1.064 só no
grupo Pão de Açúcar.
Nessa conta, também não estão incluídas eventuais demissões que o Wal-Mart pode ter
feito no Sul do país em 2006,
após a aquisição da rede Sonae,
em dezembro de 2005.
O Carrefour, também em reformulação de lojas neste ano,
fechou 26 pontos da bandeira
Champion em março nos Estados de Minas Gerais, São Paulo,
Espírito Santo e Distrito Federal. Na época, a empresa não
havia informado se os 2.000
funcionários das lojas seriam
reaproveitados. Outras 34 lojas
da empresa já se transformaram, nos últimos dois meses, na
bandeira "Carrefour Bairro".
Como é um setor que demanda um volume elevado de mão-de-obra, o número de demitidos pelas cadeias representa
pouco do total. Pelas contas do
sindicato, de 1% a 2% da mão-de-obra formal. No Pão de Açúcar os mais de mil empregados
dispensados representam 1,7%
da força de trabalho do grupo
em 31 de dezembro.
O volume de demitidos na capital equivale, por exemplo, ao
fechamento de mais de duas lojas (com 80 mil itens) da rede
do grupo chamada Extra. Cada
uma emprega ate 400 pessoas.
"São as grandes cadeias que
têm sido mais afetadas pelo encolhimento do varejo de alimentos. Lojas têm sido fechadas, departamentos estão encolhendo", diz Ricardo Patah,
presidente do sindicato.
No primeiro quadrimestre, o
setor encolheu 2,5%, segundo
dados de vendas reais da Abras
(Associação Brasileira de Supermercados).
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