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Caixa reduz taxa de juros para habitação
Mudança vale para financiamentos com recursos captados na poupança; valor das prestações pode cair em até 10,58%
Líder no crédito de imóveis, Caixa concedeu R$ 13,2 bi em empréstimos neste ano, o dobro do registrado no mesmo período de 2008
DA FOLHA ON LINE, EM BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
Maior financiador do setor
habitacional, a Caixa Econômica Federal seguiu ontem os
principais bancos privados e
públicos e anunciou também
uma redução nas taxas de juros
dos empréstimos para a compra da casa própria.
A partir de segunda-feira, os
juros nos empréstimos habitacionais feitos pela Caixa ficarão
entre 8,2% e 11,5% ao ano, mais
TR (taxa referencial), mudança
que poderá reduzir as prestações em até 10,58%.
A nova regra vale para as operações com recursos das cadernetas de poupança, cujos financiamentos poderão chegar a
90% do valor do imóvel. Para financiamentos de imóveis de
até R$ 500 mil, o corte chega a 1
ponto percentual.
Para os imóveis avaliados em
até R$ 150 mil, a taxa fica entre
8,9% e 8,2% ao ano, mais TR,
dependendo da opção de pagamento. Antes, a taxa variava de
8,4% a 9,4%, ao ano.
De acordo com Jorge Hereda, vice-presidente de governo
da Caixa, a medida se deve a
uma "reprecificação" dos produtos oferecidos pelo banco,
possível a partir da redução de
custos e ampliação de escala, e
não vai haver sacrifício na rentabilidade dos ativos do banco.
"Temos uma margem mínima de retorno para nossos produtos. De tempos em tempos,
fazemos uma reavaliação e, se
há folga, repassamos para os
clientes." A última redução da
taxa para essas operações ocorreu há um ano, e "a taxa foi
mantida durante o pior período
da crise", diz Hereda. "A Caixa
não tem como objetivo levar o
lucro à última consequência,
mas também não faz irresponsabilidades", afirma.
Nos cinco primeiros meses
do ano, o financiamento pela
Caixa atingiu R$ 13,2 bilhões,
em mais de 275 mil contratos,
mais do que o dobro de 2008,
quando o banco emprestou R$
6,5 bilhões, em 131 mil contratos. Em 2009, a Caixa estima
aplicar no setor R$ 30 bilhões.
Outros bancos
Na quarta-feira desta semana, foi a vez de o Banco do Brasil anunciar medidas para facilitar a compra da casa própria.
O período para quitar o financiamento foi ampliado em cinco anos, equiparando-se aos 30
anos oferecidos por Caixa, Bradesco e Santander. O juro das
prestações também caiu: o menor foi de 8,9% para 8,4% ao
ano, mais TR, mas, dependendo do negócio, pode bater os
13% ao ano. A porcentagem do
valor do imóvel a ser financiado
passou para 90%, enquanto
Itaú/Unibanco, Santander e
Bradesco mantiveram os 80%.
No final de maio, o Bradesco
também anunciou medidas que
facilitam a compra da casa própria, incluindo aumento de
prazo e corte de juros em 1,1
ponto percentual (de 10% para
8,9% ao ano, mais TR) para
imóveis avaliados em até R$
120 mil, novos ou usados.
O Itaú/Unibanco cobra juros
de 11,5% ao ano, mais TR, para
imóveis entre R$ 62,5 mil e R$
500 mil -essa taxa pode cair
dependendo do relacionamento do cliente com o banco. No
Santander, quem opta por juros fixos paga taxa de 9% (imóveis entre R$ 40 mil e R$120
mil) e 11,95% (entre R$ 120 mil
e R$ 500 mil).
Concorrência
Na avaliação de analistas, os
bancos aumentaram nas últimas semanas a concorrência na
concessão de novos empréstimos, especialmente nos financiamentos de veículos, imóveis
e bens de consumo. O objetivo é
driblar a demanda mais fraca
do consumidor, que tem manifestado resistência em assumir
novas dívidas.
Segundo o BC, houve retração de 17,1% nos novos financiamentos habitacionais de
março para abril, mês com menos dias úteis. No caso de veículos, a diminuição foi de 8,1% das
novas concessões de crédito,
segmento em que os bancos
privados também têm reduzido
taxas e elevado prazos. Em
abril, as novas concessões para
financiar bens duráveis (móveis e eletrodomésticos) tiveram retração de 4,7%.
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