São Paulo, sábado, 06 de junho de 2009

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Economia dos EUA preocupa investidores, e Bovespa cai

Bolsa chega a subir 2%, mas fecha dia em queda de 0,2%

DA REPORTAGEM LOCAL

Os mercados globais encerram a semana, que alternou dias de alta expressiva e de pessimismo, com dúvidas sobre a atual fase de recuperação da economia dos EUA, apontada pelos últimos indicadores do mercado de trabalho.
Primeiramente, o mercado recebeu com empolgação a notícia, ontem, de que foram cortadas 345 mil vagas em maio, enquanto a maioria dos analistas esperava algo em torno de 520 mil. "O ritmo de corte de vagas diminuiu e chegou a surpreender até os mais otimistas", afirmou José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator.
Mais tarde, porém, o pessimismo prevaleceu com a percepção de que o dado mostra ainda fraqueza do mercado de trabalho americano. A taxa de desemprego subiu 0,5 ponto percentual em relação a abril e chegou a 9,4% -o mercado espera desemprego em 9,2%.
"É a maior taxa de desemprego em 25 anos. Apesar do dado mais favorável, a situação continua ruim. São muitos cortes", disse Elson Teles, economista-chefe da Concórdia.
No Brasil, a Bolsa chegou a registrar uma alta de 2,15% pela manhã, momento em que prevaleceu a leitura otimista. Terminou o dia com baixa de 0,23%, marcando 53.474 pontos no Ibovespa.
No mercado de câmbio, operadores viram o dólar quase romper a barreira de R$ 1,90 -a moeda americana desceu até R$ 1,909, novo piso na recente recuperação. No final do dia, porém, retomou a valorização e encerrou vendido a R$ 1,958, com alta de 0,82% no dia.
O Banco Central comprou dólares no mercado à vista para recompor as reservas internacionais, como faz quase todos os dias. O volume de moeda adquirido, no entanto, não teria sido muito diferente dos US$ 50 milhões habituais.
No balanço da semana, as variações positivas e negativas quase se anularam: a Bolsa teve alta de 0,27% e a taxa de câmbio do dólar recuou 0,61%.
Nos EUA, a recuperação dos mercados foi mais forte do que no Brasil, que adiantou o movimento ainda no final de maio. A Bolsa de Nova York encerrou a semana com uma recuperação de 3,09% no índice Dow Jones e de 2,28% no Standard & Poor"s 500. Já a Nasdaq, Bolsa em que são negociadas as ações de tecnologia, a variação foi ainda maior, de 4,23%.

Semana curta
Para a próxima semana, o mercado aguarda a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do BC), que deve trazer os juros básicos brasileiros para menos de 10% ao ano -a taxa está em 10,25%. A semana, que será mais curta devido ao feriado de Corpus Christi na quinta, traz ainda o resultado do IPCA em maio, na quarta.
(TONI SCIARRETTA)


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