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Economia dos EUA preocupa investidores, e Bovespa cai
Bolsa chega a subir 2%, mas fecha dia em queda de 0,2%
DA REPORTAGEM LOCAL
Os mercados globais encerram a semana, que alternou
dias de alta expressiva e de pessimismo, com dúvidas sobre a
atual fase de recuperação da
economia dos EUA, apontada
pelos últimos indicadores do
mercado de trabalho.
Primeiramente, o mercado
recebeu com empolgação a notícia, ontem, de que foram cortadas 345 mil vagas em maio,
enquanto a maioria dos analistas esperava algo em torno de
520 mil. "O ritmo de corte de
vagas diminuiu e chegou a surpreender até os mais otimistas", afirmou José Francisco de
Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator.
Mais tarde, porém, o pessimismo prevaleceu com a percepção de que o dado mostra
ainda fraqueza do mercado de
trabalho americano. A taxa de
desemprego subiu 0,5 ponto
percentual em relação a abril e
chegou a 9,4% -o mercado espera desemprego em 9,2%.
"É a maior taxa de desemprego em 25 anos. Apesar do dado
mais favorável, a situação continua ruim. São muitos cortes",
disse Elson Teles, economista-chefe da Concórdia.
No Brasil, a Bolsa chegou a
registrar uma alta de 2,15% pela
manhã, momento em que prevaleceu a leitura otimista. Terminou o dia com baixa de
0,23%, marcando 53.474 pontos no Ibovespa.
No mercado de câmbio, operadores viram o dólar quase
romper a barreira de R$ 1,90
-a moeda americana desceu
até R$ 1,909, novo piso na recente recuperação. No final do
dia, porém, retomou a valorização e encerrou vendido a R$
1,958, com alta de 0,82% no dia.
O Banco Central comprou
dólares no mercado à vista para
recompor as reservas internacionais, como faz quase todos
os dias. O volume de moeda adquirido, no entanto, não teria
sido muito diferente dos US$
50 milhões habituais.
No balanço da semana, as variações positivas e negativas
quase se anularam: a Bolsa teve
alta de 0,27% e a taxa de câmbio
do dólar recuou 0,61%.
Nos EUA, a recuperação dos
mercados foi mais forte do que
no Brasil, que adiantou o movimento ainda no final de maio. A
Bolsa de Nova York encerrou a
semana com uma recuperação
de 3,09% no índice Dow Jones
e de 2,28% no Standard &
Poor"s 500. Já a Nasdaq, Bolsa
em que são negociadas as ações
de tecnologia, a variação foi
ainda maior, de 4,23%.
Semana curta
Para a próxima semana, o
mercado aguarda a reunião do
Copom (Comitê de Política
Monetária do BC), que deve
trazer os juros básicos brasileiros para menos de 10% ao ano
-a taxa está em 10,25%. A semana, que será mais curta devido ao feriado de Corpus Christi
na quinta, traz ainda o resultado do IPCA em maio, na quarta.
(TONI SCIARRETTA)
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