SÉRGIO LÍRIO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Banco Central fez ontem uma intimação pública para que o ex-banqueiro Pedro Conde, antigo dono do BCN, se apresente a técnicos do Departamento de Combate a Ilícitos Cambiais e Financeiros do banco e se defenda em processo administrativo que corre contra ele.
A decisão de intimar Conde por meio de um edital foi tomada depois que o Banco Central não conseguiu encontrá-lo nos endereços indicados por ele. Seu paradeiro foi dado como desconhecido.
O ex-banqueiro terá 30 dias para responder à convocação ou enviar um representante, sob pena de o processo correr a sua revelia.
O BC não informou a causa do processo administrativo, mas, no geral, o Departamento de Ilícitos Financeiros, criado neste ano, investiga casos de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Um dos filhos do ex-banqueiro, Pedro Conde Filho, afirmou à Folha que seu pai estava em São Paulo, mas se recusou a dar mais detalhes sobre seu paradeiro ou comentar a publicação do edital pelo BC.
Procurado pela Folha em seu escritório, Conde não foi encontrado. Funcionários do ex-banqueiro não quiseram confirmar se ele estava na cidade ou fornecer telefones de seus advogados.
Pedro Conde, considerado um dos grandes banqueiros das décadas de 70 e 80, deixou o mercado financeiro em 97, depois de vender o BCN ao Bradesco. Estima-se que o valor da venda tenha chegado a R$ 1 bilhão.
Hoje, o ex-banqueiro se dedica a atividades diversas. Ele e seus filhos são sócios, por exemplo, da Cotia Trading, empresa de comércio exterior.

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