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Plano para acabar com curralzinho fracassa
DE BUENOS AIRES
O plano para acabar com as restrições bancárias impostas pelo
curralzinho, divulgado pelo ministro Roberto Lavagna (Economia) há quase um mês, fracassou,
como previa o FMI (Fundo Monetário Internacional).
De acordo com o plano, os correntistas teriam cinco semanas
para optar por trocar os depósitos
congelados nos bancos por títulos
do governo. Ontem, terminou o
prazo de opção pelo mais vantajoso dos três bônus que foram oferecidos: um papel indexado à cotação do dólar e com um prazo de
resgate mais curto, de três anos.
O resultado final da operação
será conhecido apenas na segunda-feira. Segundo o jornal "Ámbito Financiero", no entanto, apenas 1% dos correntistas haviam
aderido até anteontem, apesar da
maciça propaganda oficial feita
nos meios de comunicação.
O fracasso do plano havia sido
previsto pelo FMI, pelos bancos
estrangeiros instalados no país e
pelo presidente do Banco Central,
Aldo Pignanelli, que defendiam a
obrigatoriedade da troca.
Para eles, Lavagna seria malsucedido devido à desconfiança da
população. Os correntistas prefeririam manter o dinheiro congelado nos bancos -apesar do risco de falência que ronda diversas
instituições- do que comprar
um título de um governo que decretou o calote da dívida externa,
como o argentino.
Como o governo ignorou as críticas, o fracasso iminente do plano detonou ontem nova onda de
boatos sobre a renúncia de seus
dois co-autores: o próprio Lavagna e o secretário de Finanças, Guillermo Nielsen.
Agora, atento às críticas, Lavagna disse durante a tarde de ontem
que vai divulgar hoje alterações
do plano. No entanto, voltou a se
recusar a implementar o projeto
pedido pelo FMI, porque não haveria apoio tanto no Congresso
quanto na Justiça.
O ministro disse que a única
medida em estudo consiste em
evitar a fuga de depósitos do curralzinho por meio de processos
judiciais. Segundo o jornal "Página/12", Lavagna teria pedido ao
presidente Eduardo Duhalde que
afastasse da presidência do BC o
recém-empossado Pignanelli,
mas Duhalde teria negado.
(JS)
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