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Criticada, Flex atua há 15 anos fazendo placas
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
A Flex, alvo da reclamação de
empresários brasileiros em razão
da parceria com a chinesa SVA na
produção de aparelhos de DVD,
atua no ramo de importação, exportação, indústria e comércio de
máquinas e motores há 15 anos na
Zona Franca de Manaus.
Mas era considerada uma empresa periférica por montar placas de aparelhos de grandes indústrias -Samsung, Philips,
LG- em regime de terceirização.
É essa terceirização, permitida
pela Suframa, que foi usada como
estratégia pela SVA para produzir
seus aparelhos com redução de
custo. Além dos DVDs, a Suframa
aprovou em abril a Flex montar
para outras indústrias monitor de
vídeo com tela de cristal líquido,
mecanismos para toca-discos,
caixa acústica e TVs em cores.
A exigência do governo de que a
empresa exporte 15% de sua produção de DVDs desagradou aos
chineses. Ainda assim, a estatal
asiática não desistiu da parceria.
Álvaro Usui, diretor industrial
da SVA do Brasil, afirmou que a
empresa escolheu o país como
centro de atuação nas Américas.
"É estranho algumas colocações
de denegrir a imagem dos parceiros, no fundo isso é uma resistência do próprio monopólio."
A Flex tem duas fábricas em
Manaus. No ano passado, o faturamento chegou a R$ 40 milhões.
A empresa foi fundada pelo engenheiro Paulo Bonfim D'Oliveira.
Há seis anos, o engenheiro se associou a José Roberto de Oliveira
Alves, cunhado do governador do
Amazonas, Eduardo Braga (PPS).
A relação do empresário com o
político é outro ponto questionado pelo mercado de eletroeletrônicos. Alves nega alguma influência: "Não tenho avião, não peço
nada ao governador e tudo o que
tenho invisto na empresa", disse.
Em 94, Alves, então diretor do
Departamento de Mercadorias
Nacionais e Importadas da Suframa, foi preso e indiciado pela Polícia Federal por acusação de tomar parte na "máfia do açúcar".
O esquema, envolvendo fiscais,
usineiros paulistas, empresas fantasmas e caminhoneiros custou
R$ 30 milhões em impostos sonegados. O caso pesou na decisão do
governo FHC em não aprovar o
projeto, no ano passado. "Eu fui
investigado, indiciado no inquérito e preso, mas não sou processado pela Justiça", disse Alves.
(KB)
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