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São Paulo, domingo, 06 de julho de 2003

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Criticada, Flex atua há 15 anos fazendo placas

DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

A Flex, alvo da reclamação de empresários brasileiros em razão da parceria com a chinesa SVA na produção de aparelhos de DVD, atua no ramo de importação, exportação, indústria e comércio de máquinas e motores há 15 anos na Zona Franca de Manaus.
Mas era considerada uma empresa periférica por montar placas de aparelhos de grandes indústrias -Samsung, Philips, LG- em regime de terceirização.
É essa terceirização, permitida pela Suframa, que foi usada como estratégia pela SVA para produzir seus aparelhos com redução de custo. Além dos DVDs, a Suframa aprovou em abril a Flex montar para outras indústrias monitor de vídeo com tela de cristal líquido, mecanismos para toca-discos, caixa acústica e TVs em cores.
A exigência do governo de que a empresa exporte 15% de sua produção de DVDs desagradou aos chineses. Ainda assim, a estatal asiática não desistiu da parceria.
Álvaro Usui, diretor industrial da SVA do Brasil, afirmou que a empresa escolheu o país como centro de atuação nas Américas. "É estranho algumas colocações de denegrir a imagem dos parceiros, no fundo isso é uma resistência do próprio monopólio."
A Flex tem duas fábricas em Manaus. No ano passado, o faturamento chegou a R$ 40 milhões. A empresa foi fundada pelo engenheiro Paulo Bonfim D'Oliveira.
Há seis anos, o engenheiro se associou a José Roberto de Oliveira Alves, cunhado do governador do Amazonas, Eduardo Braga (PPS). A relação do empresário com o político é outro ponto questionado pelo mercado de eletroeletrônicos. Alves nega alguma influência: "Não tenho avião, não peço nada ao governador e tudo o que tenho invisto na empresa", disse.
Em 94, Alves, então diretor do Departamento de Mercadorias Nacionais e Importadas da Suframa, foi preso e indiciado pela Polícia Federal por acusação de tomar parte na "máfia do açúcar".
O esquema, envolvendo fiscais, usineiros paulistas, empresas fantasmas e caminhoneiros custou R$ 30 milhões em impostos sonegados. O caso pesou na decisão do governo FHC em não aprovar o projeto, no ano passado. "Eu fui investigado, indiciado no inquérito e preso, mas não sou processado pela Justiça", disse Alves. (KB)



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