|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Política já afeta confiança, diz FGV
JANAINA LAGE
DA FOLHA ONLINE, NO RIO
A avaliação que o consumidor
faz da economia do país e suas expectativas em relação ao futuro
voltaram a cair em junho, movimento que a FGV (Fundação Getúlio Vargas) interpreta como resultado da crise política, aliada à
desaceleração da economia.
Segundo a FGV, depois de mostrar uma pequena recuperação
em maio, a confiança do consumidor retomou a trajetória de
pessimismo iniciada em janeiro.
"As perguntas relacionadas à situação do país costumam ser influenciadas pelo noticiário e a crise tem capacidade de afetar ainda
mais a confiança do consumidor
se persistir esse ambiente político
nebuloso", disse o coordenador
da Sondagem de Expectativa do
Consumidor, Aloisio Campelo.
Desde o início da pesquisa, em
outubro de 2002, a única vez em
que a avaliação do consumidor foi
afetada pelo cenário político foi
em abril de 2004, com as denúncias envolvendo Waldomiro Diniz, então subchefe da Casa Civil.
Na época, a crise foi rapidamente debelada e a economia estava
em fase de recuperação. Atualmente, economia e política mostram sinais de deterioração, com
efeitos da política monetária restritiva e acusações envolvendo o
PT e integrantes do governo.
"Se houver uma demora no
equacionamento da crise, o impacto sobre a confiança pode ser
maior do que o da crise do ano
passado", disse Campelo.
Ele explicou que a confiança do
consumidor teve quedas consecutivas desde o início do ano, mas
essa tendência ganhou novo fôlego em junho, com a inclusão do
componente político.
Na sondagem de junho, a maioria dos consumidores classifica a
situação econômica do país como
ruim: 52,7%, o maior percentual
desde agosto de 2004.
Na avaliação sobre o futuro econômico da família, o percentual
dos que crêem em piora nos próximos seis meses passou de 6,5%
em maio para 7,9% em junho.
A pesquisa mostrou melhora
nas expectativas sobre mercado
de trabalho e inflação. Para a
maioria dos entrevistados, a inflação deve encerrar o ano na faixa
de 8,7%. E passou de 6,3% a 10,2%
o percentual dos que crêem que
será mais fácil encontrar trabalho.
Texto Anterior: Crise deve deter volta do estrangeiro à Bolsa Próximo Texto: Luís Nassif: Paroxismo e inação Índice
|