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BARRIL DE PÓLVORA
Preços sobem após governo russo congelar contas da Yukos
Petróleo volta a ter cotação recorde
DA REDAÇÃO
Os preços do petróleo voltaram
a registrar recordes ontem com a
notícia de que a gigante petrolífera russa Yukos não poderá usar
suas contas bancárias para financiar as atividades. A decisão do
Kremlin fortaleceu o receio no
mercado de que a produção mundial da commodity será afetada.
Após um dia de queda, o petróleo para entrega em setembro (ou
seja, com um mês de antecedência) subiu quase 4% nos dois principais mercados onde ele é negociado, Nova York e Londres.
Na Bolsa Mercantil nova-iorquina, o barril era negociado a
US$ 44,41 no fim do pregão, alta
de 3,7% ante o fechamento anterior (US$ 42,83). No "intraday"
(que considera a variação durante
o dia), o preço também chegou a
um valor inédito, US$ 44,50.
Em Londres, na Bolsa Internacional do Petróleo, que serve de
referência para o mercado europeu, o barril do tipo Brent ultrapassou pela primeira vez na história o nível de US$ 41 e fechou com
alta de 3,6%, a US$ 41,12.
O nervosismo começou no início do dia, após o Ministério da
Justiça da Rússia decidir anular
uma decisão de não bloquear as
contas da maior petrolífera do
país, ameaçada de quebra.
A decisão, que havia sido anunciada na noite anterior, era ilegal,
afirmou o ministério. Em questão
de minutos, as ações da Yukos na
Bolsa de Moscou tombaram até
14%. No fim do dia, as perdas diminuíram, ficando em 2,3%.
Sem o dinheiro, afirmam analistas, a Yukos deve enfrentar dificuldades para financiar as atividades de extração e produção. A
empresa produz 1,7 milhão de
barris por dia e exporta 75% desse
valor -é responsável por cerca
de 2% da produção mundial.
"Evidentemente, o mercado está preocupado com uma possível
interrupção da oferta proveniente
da Rússia", disse Mike Fitzpatrick, da corretora Fimat.
No fim de julho, a petrolífera já
havia influenciado negativamente
os mercados após três de suas
principais unidades terem sido
proibidas de vender seus bens e,
conseqüentemente, sua produção. No dia seguinte, porém, o
Ministério da Justiça recuou ao
permitir que a empresa utilizasse
seus recursos para manter as entregas, o que aliviou os preços, ao
menos temporariamente.
A Yukos tem sido alvo do governo russo desde o fim de 2003 e deve, segundo números do fisco, pelo menos US$ 3,4 milhões em tributos atrasados. Em outubro do
ano passado, o então presidente
da companhia, Mikhail Khodorkovsky, foi preso, acusado de
fraude e sonegação de impostos.
"Ainda existe um risco de perturbação na oferta do Oriente Médio devido às atividades terroristas, e a Venezuela é um problema
no futuro próximo", afirmou David Thomas, analista do Commerzbank, em referência à nova
preocupação do mercado.
No dia 15 de agosto, acontece na
Venezuela o plebiscito convocado
pela oposição que pode tirar do
poder o presidente Hugo Chávez.
O país, um dos 11 membros da
Opep (Organização dos Países
Exportadores de Petróleo), coloca
no mercado cerca de 2 milhões de
barris por dia, segundo analistas.
Na quarta-feira, as cotações haviam recuado após o presidente
da Opep, Purnomo Yusgiantoro,
afirmar que a entidade tinha condições de aumentar sua produção
em até 1,5 milhão de barris por dia
até o fim do ano, desdizendo declaração sua do dia anterior.
Com agências internacionais
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