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COMÉRCIO
Grandes redes de supermercados repassam redução de PIS/Cofins para produtos; queda será de até 11% para o consumidor
Varejo corta preço de itens da cesta básica
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
As três maiores redes de supermercados do país, que somam
883 lojas, vão reduzir o preço do
arroz, do feijão e da farinha de
mandioca nos próximos dias. O
grupo Pão de Açúcar, na figura de
seu presidente, Abílio Diniz, foi à
TV ontem no início da noite para
informar do fato. O concorrente
Wal-Mart distribuiu uma nota a
respeito do assunto durante a tarde, assim como o Carrefour.
A decisão é reflexo de uma medida tomada pelo governo federal
no dia 23 de julho. O presidente
Luiz Inácio Lula da Silva sancionou uma lei que isenta da Cofins e
da cota do PIS (Programa de Integração Social) os três produtos da
cesta básica. O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, pediu publicamente ao comércio que a redução tributária (que atinge 9,25%)
fosse repassada aos preços.
No grupo Pão de Açúcar, as reduções serão de 11% no preço do
feijão, 10% no preço da farinha de
mandioca e 6,5% no preço do arroz. A empresa é dona das bandeiras Extra, CompreBem Barateiro, Pão de Açúcar e Sendas.
No caso do Wal-Mart, a terceira
maior cadeia do país, a empresa
informou ontem que está "renegociando contratos com os fornecedores". Estima-se que a redução média nos três produtos deverá atingir 10% nas principais redes de supermercados, segundo
cálculo de analistas de varejo.
A rede francesa Carrefour apresentou um comunicado oficial,
assinado pela direção de mercadorias, em que afirma que já está
em processo de redução no valor
das três mercadorias.
Isso ocorreu, na avaliação do
Carrefour, não só por conta da
mudança na cobrança dos tributos como pela sazonalidade desses produtos. Há maior oferta de
arroz e feijão no mercado interno.
Corrida das lojas
Após o comunicado do governo
a respeito da alteração nos tributos, as redes de lojas fizeram uma
corrida aos fornecedores e, posteriormente, à mídia para informar
do fato. Mas as redes não devem
mexer em suas margens de lucro
para que o preço caia, segundo
apurou a Folha.
A redução no preço virá por
meio de uma queda nos valores
de tabela da indústria.
Isso ocorrerá porque as redes
disseram para as indústrias que,
nessa negociação, seria difícil reduzir as suas margens de lucro
nas mercadorias porque a margem estaria muito estreita.
Nos últimos sete dias, o grupo
Pão de Açúcar realizou reuniões
com seus fornecedores para fechar um acordo. O Wal-Mart
adotou a mesma estratégia, mas
ainda não tem dados fechados sobre a redução nos preços.
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