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Plano de rotas entregue pela Varig deve mudar
Avaliação é que prazo para implementação total do plano, até 2008, é inviável
Proposta de malha entregue à Anac contém problemas, como o pedido de muitas freqüências na ponte aérea Rio/SP para poucos aviões
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
O plano de rotas apresentado
pela VarigLog, nova dona da
Varig, à Justiça do Rio de Janeiro e à Anac (Agência Nacional
de Aviação Civil) deve passar
por alterações para ser aprovado pelo órgão regulador, segundo a Folha apurou.
Na última quinta-feira, a
companhia entregou plano de
negócios e plano de rotas divididos em três etapas. A primeira etapa, que deve vigorar até o
fim do ano, é praticamente
uma extensão das operações
reduzidas que a companhia aérea mantém atualmente.
A Anac informou que só vai
se pronunciar depois que o plano for repassado pela 8ª Vara
Empresarial do Rio, segundo a
assessoria da agência. O juiz
Luiz Roberto Ayoub, da vara
responsável pelo processo de
recuperação da empresa, determinou, em maio, o "congelamento" das linhas da Varig para tornar a empresa mais
atraente em leilão. A agência,
no entanto, já recebeu o plano.
A principal questão para as
concorrentes é o prazo pelo
qual a Varig manterá rotas sem
operar. Com o congelamento
determinado pela Justiça, ela
excedeu o prazo previsto em lei
de devolução das linhas caso
elas não sejam operadas por
período superior a 30 dias.
A Varig teve 272 vôos congelados em maio. De acordo com
a proposta de malha entregue
pela VarigLog, algumas rotas
só seriam retomadas em dois
anos. Segundo a análise da
agência, o prazo é inviável e pode comprometer o crescimento futuro do setor aéreo, que vive um período de expansão.
O que está em discussão no
momento é a partir de quando
as rotas serão "descongeladas".
Análise preliminar indica que o
prazo começaria a contar a partir da obtenção do Cheta (Certificado de Homologação de
Empresa de Transporte Aéreo)
pela nova Varig. A apresentação da proposta de malha definitiva era um dos requisitos para que o processo de autorização pela agência evoluísse.
A Aéreo Transportes Aéreos,
rebatizada de VRG, é a empresa criada pela VarigLog para assumir os ativos da Varig. Somente após a obtenção do certificado, ela passará a ser concessionária de serviço público.
Os espaços de pouso e decolagem da Varig e as suas autorizações de vôo são cobiçados pelas concorrentes, que esperam
a devolução das linhas à Anac
para lutar pela redistribuição.
A Varig conta com diversos espaços e horários para pousos e
decolagens no aeroporto de
Congonhas, em SP, por exemplo, onde a demanda é elevada.
A proposta inclui equívocos
como número elevado de freqüências de ponte aérea Rio-SP, mais de 30 por dia, para número reduzido de aeronaves.
"Supera o aproveitamento máximo de cada aeronave", afirma
executivo do setor.
Plano de vôo
A proposta apresentada pela
VarigLog prevê que, em um primeiro momento, a partir da regularização da situação da nova
empresa pela Anac, a Varig
atenda apenas sete cidades brasileiras, além da ponte aérea.
Nessa primeira fase, pela
proposta entregue, somente
dois destinos internacionais,
Buenos Aires e Frankfurt, serão atendidos. Em uma segunda fase, a companhia aérea aumentaria sua atuação para nove cidades no exterior e 23 no
Brasil. E por fim, em 2008, passaria a voar para 20 destinos internacionais e 37 domésticos.
A VarigLog afirma que está
negociando com empresas de
leasing e que espera ter 18
aviões em operação até o final
da próxima semana. Hoje, entretanto, a Varig tem à disposição para implementar o plano
apenas dez aviões: três MD-11
para vôos internacionais e sete
Boeings-737-300 para vôos domésticos e na América do Sul.
Só com esses aviões, ela não
conseguiria aumentar sua participação. A estimativa do consultor Paulo Bittencourt Sampaio é que o "market share" doméstico da Varig fique abaixo
de 3% em agosto.
Apesar de ser essa a proposta
entregue, o presidente do conselho de administração da Va-
rigLog, Marco Antonio Audi,
aponta a urgência da companhia em retomar destinos que
não constam na primeira fase.
"Tarde demais. Queremos voltar a fazer Caracas o mais rápido possível", afirmou ele, ao ser
questionado sobre o interesse
de concorrentes no destino.
De acordo com ele, o prazo de
30 dias para a companhia voltar a operar vôos domésticos
passa a valer a partir do momento que a Anac der a concessão de vôo à nova Varig. "No caso dos vôos internacionais, o
prazo que temos é de 180 dias."
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